Dólar segue exterior, abandona alta e cai a R$3,21
Nos dois últimos pregões, a moeda havia passado por correção e subido 0,71%
Reuters
Publicado em 17 de janeiro de 2018 às 17h11.
São Paulo - O dólar não sustentou a alta exibida em parte da sessão e terminou a quarta-feira em baixa ante o real, acompanhando a trajetória da moeda no mercado internacional e ainda com algum fluxo de ingresso de recursos.
O dólar recuou 0,37 por cento, a 3,2170 reais na venda, depois de bater a máxima de 3,2395 reais.
Nos dois últimos pregões, a moeda havia passado por correção e subido 0,71 por cento. Ainda assim, no ano ainda acumula desvalorização de 2,94 por cento.
Na mínima desta sessão, a moeda atingiu 3,2125 reais. O dólar futuro caía 0,25 por cento.
"Temos visto ingresso de recursos neste começo de ano e, contra fluxo, não há argumento", disse um profissional da mesa de câmbio de uma corretora para justificar a mudança de rota da moeda no começo de tarde.
A inversão da trajetória da moeda no exterior também contribuiu para o dólar cair mais internamente e voltar a se aproximar dos 3,20 reais.
"Acho que deve oscilar entre 3,20 reais e 3,25 reais até que haja alguma definição no noticiário", avaliou mais cedo o gerente de tesouraria do Banco Confidence, Felipe Pellegrini, ao justificar a moeda não ter conseguido fechar recentemente abaixo de 3,20 reais e ter passado por uma correção nas últimas sessões.
No exterior, o dólar passou a cair ante uma cesta de moedas e também recuava ante divisas de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
O mercado continuava sob a expectativa de acontecimentos na esfera política no país. Um deles é a votação da reforma da Previdência, marcada para o dia 19 de fevereiro na Câmara dos Deputados, e os esforços do governo do presidente Michel Temer em garantir apoio político ao tema, bastante polêmico sobretudo num ano eleitoral.
Mas as dificuldades continuavam. Na véspera, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que não será fácil votar a reforma até o prazo previsto.
"Acho que o mercado precificou a não-votação. Mesmo assim, se não for votado, pode trazer algum desconforto, mas de forma pontual", avaliou Pellegrini.