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Dólar recua 0,43% sob influência externa

Após sete sessões seguidas de alta, o dólar passou o dia em baixa, confirmando o sinal no fechamento dos negócios, mas na máxima do dia


	Notas de dólar: a moeda teve influência importante da tendência externa
 (Gary Cameron/Reuters)

Notas de dólar: a moeda teve influência importante da tendência externa (Gary Cameron/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2015 às 17h43.

São Paulo - Após sete sessões seguidas de alta, o dólar passou a segunda-feira, 16, em baixa, confirmando o sinal no fechamento dos negócios, mas na máxima do dia.

A moeda teve influência importante da tendência externa, que acabou se sobrepondo a eventuais reações do mercado às manifestações contra o governo ontem, com milhares de pessoas nas ruas pelo país.

Nos EUA, indicadores fracos da economia norte-americana amenizaram a expectativa sobre a sinalização sobre o timing para a alta das taxas dos Fed Funds, às vésperas do encontro do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), na quarta-feira.

O dólar à vista encerrou na máxima de R$ 3,246 (-0,43%) no balcão. Segundo operadores, no final da sessão, investidores retomaram as compras, com operações intraday. Perto das 16h30, o volume financeiro era de US$ 1,258 bilhão.

O dólar para abril cedia 0,20%, a R$ 3,260. De maneira geral, o clima positivo no exterior colaborou para uma realização de lucros nos negócios locais - esta foi a segunda baixa do dólar ante o real nas 11 sessões de março. No mês, ainda há alta acumulada em 13,66%.

A moeda já começou o dia para baixo e o movimento foi ganhando fôlego ao longo da manhã até bater a mínima de R$ 3,2090 (-1,56%) no começo da tarde. Na sessão matutina, o Banco Central realizou seus dois leilões de contratos de swap cambial.

Na ração diária, vendeu os 2 mil contratos ofertados, com total de US$ 97,1 milhões. Na rolagem, vendeu 7,4 mil contratos com liquidação em 1º de abril de 2015. O valor total da operação foi de US$ 350,7 milhões.

Ao longo da tarde, o recuo perdeu impulso em linha com o comportamento no exterior. No mercado global, o dólar mostrou queda ante boa parte das divisas, na esteira de dados sobre a atividade nos EUA. A produção industrial norte-americana (+0,1%) subiu abaixo do esperado (+0,2%) em fevereiro e o índice Empire State de atividade industrial na região de Nova York caiu para 6,90 em março, aquém da expectativa de alta para 8,30, ante 7,78 em fevereiro. Já a confiança das construtoras do país recuou para 53 em março, quando a previsão era 55.

Diante dos números, a percepção é de que o Fed pode esperar um pouco mais para começar a retirar a política monetária do modo acomodatício.

De volta ao âmbito doméstico, esta tarde, o Ministério do Desenvolvimento informou dados parciais da balança comercial de março, mas que não chegaram a influenciar os negócios. Na segunda semana do mês, houve déficit de US$ 24 milhões, o que levou o déficit acumulado do mês para US$ 74 milhões. Em 2015, até a segunda semana de março o saldo é negativo em US$ 6,089 bilhões.

A movimentação em Brasília segue no radar. Após as manifestações de ontem, que mobilizaram milhares de cidadãos em todo o País, o governo, via ministros, afirmou estar disposto a dialogar com a sociedade para tentar atender às demandas, a começar pela implantação de um plano de combate à corrupção.

Ao longo do dia o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reuniu-se com vários empresários em São Paulo para falar sobre o ajuste fiscal e reforçou a necessidade de um acerto com o Congresso.

"Política anticíclica permanente é insustentável do ponto de vista fiscal, mas é claro que algumas medidas precisam consultar o sócio do governo, o Congresso", disse, acrescentando que o governo está dialogando com os parlamentares sobre algumas medidas.

"Quando o jogo é claro, todo mundo vai à luta e as coisas mudam", afirmou. "Estamos trabalhando para evitar cenários de 'downgrade' e inflação alta", completou, aos empresários na Associação Comercial de São Paulo.

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