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Dólar fecha estável, monitorando quadro político

O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, disse em entrevista que Temer é chefe da "maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil"

Dólar: o presidente Temer apresentou nesta tarde à Justiça notícia crime para processar Joesley (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: o presidente Temer apresentou nesta tarde à Justiça notícia crime para processar Joesley (Gary Cameron/Reuters)

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Reuters

Publicado em 19 de junho de 2017 às 17h36.

São Paulo - O dólar encerrou a segunda-feira praticamente estável ante o real, com os investidores cautelosos diante de mais um capítulo da crise política que envolve o presidente Michel Temer e alimenta incertezas sobre o andamento das reformas, em especial a da Previdência, no Congresso Nacional.

O dólar recuou 0,07 por cento, a 3,2849 reais na venda, depois de ter atingido 3,3152 reais na máxima do dia. O dólar futuro caía cerca de 0,20 por cento no final da tarde.

"Os mercados aguardam novos desdobramentos, mesmo acreditando que a agenda reformista e a política de responsabilidade fiscal não serão desmontadas, independente de Temer continuar ou não", avaliou a Advanced Corretora em comentário a clientes.

"Ainda assim, o ambiente indefinido gera desconforto", acrescentou.

O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, disse em entrevista à revista Época que Temer é chefe da "maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil" e que ele usa a máquina do governo para retaliá-lo.

Em resposta, o presidente Temer apresentou nesta tarde à Justiça notícia crime para processar Joesley.

O mercado também esteve de olho na denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve fazer contra Temer, que já é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por crime, entre outros, de corrupção passiva.

"O desenrolar da crise no Brasil deixa os investidores mais cautelosos", afirmou o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Spyer.

Em meio a esse ambiente de incertezas, a moeda norte-americana chegou a bater no patamar de 3,31 reais na máxima do dia, quando passou a atrair vendedores. O dólar tem sido negociado em torno de 3,30 reais desde a semana passada, com cautela diante do cenário político.

"Entrou um pouco de fluxo vendedor mas, no geral, a liquidez estava mais baixa", comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora nacional.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais --equivalente à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem julho. Com isso, já rolou 3,690 bilhões de dólares do total de 6,939 bilhões de dólares que vence no mês que vem.

No exterior, o dólar tinha alta ante uma cesta de moedas e também ante outras divisas de países emergentes, como o peso mexicano e a lira turca.

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