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Dólar fecha em baixa na expectativa de medidas do BCE

O dólar à vista fechou a R$ 2,0390 no mercado de balcão, com queda de 0,10%

Notas de dólar: na máxima, o dólar foi a R$ 2,0440 e marcou R$ 2,0360 na mínima (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2012 às 18h10.

São Paulo - O dólar abriu em leve alta ante o real, mas inverteu o sinal na sequência para permanecer em declínio em grande parte desta quarta-feira. O movimento acompanhou os ganhos do euro ante a moeda norte-americana, na expectativa por medidas do Banco Central Europeu (BCE), na reunião de política monetária desta quinta-feira. Também contribuiu para o movimento, principalmente na parte da manhã, as notícias de emissão externa, em dólares, do Tesouro Nacional. O declínio, porém, perdeu intensidade no mercado doméstico no período vespertino, com a cautela dos investidores em relação ao temor relacionado ao crescimento mundial, o que fez com que o dólar avançasse ante uma gama de divisas de elevada correlação com os preços das commodities. Também limita os movimentos do dólar a percepção de agentes do mercado sobre a disposição do governo em manter a moeda oscilando no intervalo informal, de R$ 2,00 a R$ 2,10.

O dólar à vista fechou a R$ 2,0390 no mercado de balcão, com queda de 0,10%. Na máxima, o dólar foi a R$ 2,0440 e marcou R$ 2,0360 na mínima. Na BM&F, a moeda spot fechou em R$ 2,0440, com ganho de 0,17% (dado preliminar). O giro financeiro total somava US$ 1,527 bilhão (US$ 1,445 bilhão em D+2) pouco depois das 16h30 horas. No mesmo horário, o dólar para outubro de 2012 estava cotado R$ 2,0475 (-0,17%).

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Os investidores seguem em compasso de espera antes da reunião do BCE, nesta quinta-feira, da divulgação dos dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, na sexta-feira, e da reunião do Federal Reserve, na próxima semana.


No ambiente externo, de um lado, há a percepção de que dados mistos nos EUA nesta quarta-feira, após número enfraquecido de atividade da indústria local na véspera, reforçam a perspectiva com estímulo adicional pelo Fed, o que colaboraria para enfraquecer o dólar em escala global. Porém, o mercado de moedas internacional está refletindo com mais força a preocupação com o desempenho da economia mundial. Dados de PMI dos EUA, da China e da zona do euro em agosto permaneceram em níveis que indicam contração da atividade industrial. Diante da preocupação com a demanda consumidora global, o declínio dos preços do minério de ferro, por exemplo, tem pesado sobre o desempenho do dólar australiano e do neozelandês.

No mercado doméstico, estrategistas argumentam que a informação de emissão externa pelo Tesouro Nacional em dólares contribuiu para o movimento de baixa do dólar durante a parte da manhã. O mesmo é visto em relação à Vale, que precificou oferta de US$ 1,5 bilhão em bônus. Quanto ao Tesouro, fontes estimam emissão de US$ 1,25 bilhão em bônus com vencimento em 2023. Mas é permanente a percepção de disposição do governo em relação à manutenção do dólar dentro da banda informal de negociação, limitando os movimentos da moeda ante o real. "O dólar tem oscilado com notícias pontuais, pois predomina a visão de que o governo busca manter a moeda confinada no intervalo informal", disse um operador. O aumento do Imposto de Importação para 100 produtos está sofrendo escrutínio de analistas com objetivo de avaliar caso a caso qual deve ser o efeito sobre entrada e saída de recursos. Na arena das divulgações, dados do Banco Central do Brasil apontam que o fluxo cambial foi positivo em US$ 1,318 bilhão na 5ª semana de agosto.

Entre as moedas de elevada correlação com os preços das commodities, a manutenção do juro pelo Banco do Canadá (BoC) em 1% fez com que o dólar canadense reduzisse um pouco das perdas ante o norte-americano. O dólar australiano perde ante o dólar diante do avanço do Produto Interno Bruto (PIB) da Austrália no segundo trimestre (+0,6% na margem) abaixo das expectativas do mercado. Preocupa investidores o fato de que o número menor é registrado antes do recuo do preço do minério de ferro. A percepção é de que há desaceleração da expansão do país alimentada por recursos naturais. A moeda da Nova Zelândia acompanha, em grande medida, o movimento da australiana, em face da desaceleração no setor de mineração, citou um estrategista estrangeiro. A rupia caiu ao menor nível em seis semanas ante o dólar, também diante da renovação dos temores sobre uma severa desaceleração econômica.

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