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Dólar fecha em alta e caminha para R$3,85 com temores fiscais e políticos

O dólar avançou 0,75 por cento, a 3,8384 reais na venda, renovando o maior nível desde 2 de março de 2016 (3,8877 reais)

Dólar: na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,8499 reais (Ricardo Moraes/Reuters)
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Reuters

Publicado em 6 de junho de 2018 às 17h08.

Última atualização em 6 de junho de 2018 às 17h10.

São Paulo - A preocupação com a cena fiscal e política local continuou estressando os mercados nesta quarta-feira e o dólar fechou mais um pregão em alta, a caminho do patamar de 3,85 reais, mesmo com as atuações do Banco Central .

O dólar avançou 0,75 por cento, a 3,8384 reais na venda, renovando o maior nível desde 2 de março de 2016 (3,8877 reais). No mês, já acumula valorização de 2,72 por cento e de 15,81 por cento no ano.

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Na máxima do dia, a moeda norte-americana foi a 3,8499 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1 por cento no final da tarde.

"O mercado está olhando muito para o (cenário) político e hoje é prova disso, com o exterior melhor e a gente aqui apanhando", afirmou o gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti.

Pesquisas eleitorais têm mostrado dificuldade dos candidatos que o mercado considera como mais comprometidos com ajustes fiscais de ganhar tração. Na véspera, levantamento do DataPoder360 mostrou que o candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) estava na segunda posição, atrás de Jair Bolsonaro (PSL), com Geraldo Alckmin (PSDB), visto pelos investidores com perfil reformista, sem decolar.

"A política, e não mais a economia, agora representa o maior risco para o real", escreveu o economista-chefe da empresa de pesquisas macroeconômicas Capital Economics (CE), Neil Shearing, para quem a disputa eleitoral deste ano deve ficar entre a "direita populista" e a "esquerda populista".

Os investidores também estavam preocupados com o cenário fiscal, depois do impacto da redução do preço do diesel sobre as contas públicas.

Dessa forma, o BC tem atuado no mercado. Na véspera, fez intervenção adicional ao anunciar leilão de até 30 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólar es.

Para esta sessão, voltou ao padrão recente e vendeu o lote integral de até 15 mil novos swaps, injetando 4,116 bilhões de dólar es neste mês no mercado.

O BC também vendeu integralmente a oferta de até 8.800 swaps para rolagem, já somando 1,760 bilhão de dólar es do total de 8,762 bilhões de dólar es que vence em julho. Se mantiver esse volume até o final do mês, rolará integralmente o volume.

No exterior, o dólar caía ante a cesta de moedas e também ante as divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

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