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Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2010 às 07h02.
Por Cristina Canas
São Paulo - O dólar comercial abriu o dia em baixa de 0,23%, negociado a R$ 1,716 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de sexta-feira, a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,17%, cotada a R$ 1,72. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar com liquidação à vista abriu as negociações em queda de 0,28%, a R$ 1,7154.
Hoje, o euro sai do nível entre US$ 1,26 e US$ 1,27, no qual estacionou nos últimos pregões, para a casa de US$ 1,28. O movimento é resultado do ambiente de maior disposição ao risco criado pelos dados positivos da economia chinesa e pelo resultado de Basileia 3, divulgados durante o fim de semana. Nada no exterior impede que o mercado brasileiro de câmbio continue focado nas perspectivas de fluxo de recursos para o mês de setembro. E isso significa manter a trajetória de queda do dólar ante o real.
A avaliação de que a moeda norte-americana caminha para a marca de R$ 1,70 continua firme, embora o mercado considere que o ritmo da desvalorização do dólar será lento, calibrado pelas interferências do Banco Central (BC). O mercado está convivendo com dois leilões de compra no mercado à vista, uma estratégia adotada pela autoridade monetária desde quarta-feira da semana passada.
Por enquanto, a avaliação dos operadores de mercado é de que atuações mais agressivas no mercado à vista será a arma usada. Mas o governo já mostrou que tem outras opções e os investidores sabem que elas poderão surgir a qualquer momento. Trata-se da intervenção no mercado de derivativos, via leilão de swap cambial reverso, e de eventuais alterações nas regras de posição cambial dos bancos. Essa perspectiva seria o segundo freio para o ritmo de queda do dólar.
Nos leilões de swap cambial reverso, as instituições financeiras compram contratos e recebem uma taxa de juros. O BC, por sua vez, ganha a variação cambial no período de validade dos contratos. "Os comentários sobre outras possibilidades de atuação no mercado acrescentam risco às operações e suavizam os movimentos, mas não alteram tendência", disse o economista-chefe do West LB, Roberto Padovani. Ele acrescentou que, em sua opinião, os leilões de swap cambial reverso e as eventuais mudanças nas regras de posição cambial são "mais discurso". O governo não deve optar por fazer essas alterações, diz Padovani, porque isso poderia provocar turbulências às vésperas das eleições.
Para os operadores de mercado, o uso de leilões de swap cambial reverso calibraria as operações especulativas. Mas eles ressaltam que a questão é avaliar se o forte movimento com derivativos visto no momento é uma especulação que merece intervenção ou se está dentro do jogo previsto do mercado. Por isso, para o momento, os profissionais não apostam na possibilidade de leilões de swap cambial reverso. Assim como não esperam mudanças nos limites de posições cambiais das instituições financeiras.