Dólar cede quase 1% e vai abaixo de R$3,35, com baixo volume
O dólar recuou 0,83%, a 3,3436 reais na venda, depois de fechar com queda 0,56% na véspera
Reuters
Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 17h20.
São Paulo - O dólar terminou em baixa e foi abaixo de 3,35 reais nesta terça-feira, marcando o segundo pregão seguido de queda, com fluxo de venda amplificado devido ao volume de negócios mais enxuto.
O BC novamente não anunciou intervenção no mercado de câmbio neste pregão.
O dólar recuou 0,83 por cento, a 3,3436 reais na venda, depois de fechar com queda 0,56 por cento na véspera. Na mínima do dia, a moeda norte-americana marcou 3,3399 reais e, na máxima, 3,3795 reais.
O dólar futuro exibia variação negativa de cerca de 0,70 por cento no final desta tarde.
"O (cenário) político está praticamente parado e o Judiciário, em vias de parar. A menos que aconteça alguma grande novidade que possa impactar o governo até o final do ano, o dólar deve ficar oscilando mais ou menos onde está", comentou o trader da Ouro Minas Corretora, Mauricio Gaioti.
Com a proximidade das festas de final de ano, os mercados financeiros já começaram a tirar o pé do acelerador, reduzindo bastante o volume de negócios.
"O dólar tem oscilado entre 3,30 reais e 3,40 reais, banda que varia de acordo com o nível de tensão em Brasília. Como há uma trégua nesse sentido, o dólar está no meio do caminho", comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.
A cena política brasileira, no entanto, continuava no radar e ajudando os investidores a manterem a cautela, em meio aos vazamentos de delações de executivos da Odebrecht que atingiram figuras importantes do governo, inclusive o presidente Michel Temer.
O juiz federal Sérgio Moro determinou a soltura de dois executivos da Odebrecht que estavam presos no âmbito da Operação Lava Jato, mas manteve detido o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht.
Eles foram beneficiados pelo acordo assinado em dezembro com a força-tarefa da operação.
O mercado também leu com bons olhos as medidas anunciadas nesta manhã pelo presidente do BC, Ilan Goldfjan, voltadas para ajudar na recuperação da economia, que incluem cidadania financeira e melhoria da eficiência do sistema financeiro.
No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e chegou a atingir a máxima de 14 anos, sustentado por declarações favoráveis da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, na véspera e que mantiveram vivas as expectativas de ritmo mais rápido de alta dos juros nos Estados Unidos no próximo ano.
O BC brasileiro ficou de fora do mercado de câmbio neste pregão.