Mercados

Dólar cai para R$ 1,798, menor taxa desde 20 de janeiro

São Paulo - Ainda que tenha sido negociado em alta diante de moedas como euro, libra e iene - por motivos específicos - o dólar iniciou março em queda ante o real brasileiro, em parte acompanhando a elevação generalizada das bolsas de valores e em parte diante da decisão de alguns investidores por abraçar o […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

São Paulo - Ainda que tenha sido negociado em alta diante de moedas como euro, libra e iene - por motivos específicos - o dólar iniciou março em queda ante o real brasileiro, em parte acompanhando a elevação generalizada das bolsas de valores e em parte diante da decisão de alguns investidores por abraçar o risco e acreditar no potencial da moeda brasileira. Especialmente depois que as declarações do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, na sexta-feira, deixaram a sensação de que uma alta dos juros básicos da economia está mais próxima do que se imaginava, tornando a divisa mais atrativa.

Com isso, o dólar perdeu o piso psicológico de R$ 1,80 e fechou cotado a R$ 1,798 no mercado interbancário de câmbio, recuo de 0,44% nesta segunda-feira. É a taxa mais baixa desde 20 de janeiro deste ano. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista caiu 0,32% para R$ 1,7965. O euro comercial recuou 0,85% para R$ 2,438.

No segmento de câmbio turismo, o dólar cede 1,25% hoje para R$ 1,893 (venda) e R$ 1,753 (compra), em média. O euro turismo caiu 1,05% para R$ 2,553 (venda) e R$ 2,387 (compra), em média.

"Juro mais alto em meio a uma situação favorável, tanto fiscal como macroeconomicamente, torna o Brasil mais atrativo", ponderou Paulo Petrassi, gerente de investimentos em renda fixa da Leme Investimentos. A possibilidade de taxa Selic mais alta aliada à expectativa de que saia em breve um acordo para sanear a situação da Grécia também foram as razões citadas por José Carlos Amado, operador de câmbio da Renascença Corretora. "Desde sexta-feira o mercado está se desfazendo de parte de suas posições em dólar", disse Amado.

Já o euro seguiu pressionado pela fragilidade financeira dos países do bloco europeu. "O euro está sendo testado pelos problemas no orçamento grego e poderá ficar novamente vulnerável se os países da União Europeia não superarem a crise econômica com políticas financeiras sólidas", afirmou hoje a chanceler alemã, Angela Merkel, após se reunir com o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero. Perto das 16h40, a moeda europeia era negociada a US$ 1,3561, queda de 0,43%.

O iene, por seu lado, também passou a perder do dólar depois que o ministro de finanças Shizuka Kamei afirmou que o Banco do Japão estuda comprar parte da dívida pública local. A libra esterlina caiu abaixo de US$ 1,50 pela primeira vez em 10 meses depois que uma pesquisa apontou que o Reino Unido pode não ter um governo de maioria pela primeira vez desde 1974 nas eleições marcadas para junho. "Fundamentalmente, a combinação entre um grande déficit fiscal, fragilidade no setor financeiro e a possibilidade de um parlamento dividido nas próximas eleições atuam contra a libra", afirmou a Scotia Capital, em um relatório.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresCâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

Shutdown evitado nos EUA, pronunciamento de Lula e Focus: o que move o mercado

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio

Novo Nordisk cai 20% após resultado decepcionante em teste de medicamento contra obesidade