O dólar recuava ante o real nesta quarta-feira, com investidores se antecipando à possível aceleração do aperto monetário conduzido pelo Banco Central após o fechamento dos negócios, o que pode atrair mais recursos externos para o mercado doméstico.

O mercado aguardava também mais pistas sobre quais ações no campo fiscal serão tomadas para enfrentar o quadro de inflação alta e crescimento baixo pela próxima equipe econômica da presidente Dilma Rousseff. O futuro do programa de intervenções diárias do BC também atraia as atenções.

Às 12h06, a moeda norte-americana caía 0,86 por cento, a 2,5535 reais na venda, na mínima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 520 milhões dólares.

"A perspectiva para o dólar no curto prazo está um pouco indefinida. Vamos começar a ter mais sinais sobre isso com a decisão do Copom, mas ainda precisamos observar outros fatores, como a ata e a política fiscal", disse o gerente de câmbio da corretora Fair, Mario Battistel.

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) será divulgada na quinta-feira da semana que vem.

No mercado de juros futuros, investidores apostavam majoritariamente no aumento de 0,50 ponto percentual da Selic, a 11,75 por cento, na decisão do Copom desta noite.

Segundo analistas, a decisão afeta não só a perspectiva de investimentos no Brasil como também a percepção de credibilidade da nova equipe econômica --encabeçada por Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no BC--, que até agora tem agradado os mercados.

A perspectiva de que o programa de atuações diárias seja reduzido ou eliminado no ano que vem continuava na agenda do mercado. Tombini afirmou na semana passada que o atual estoque de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, "já atende de forma significativa" à demanda por proteção cambial.

"Se o programa for terminado de forma muito súbita, a reação do dólar vai ser forte", disse o operador de câmbio de um importante banco nacional.

Nesta sessão, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais pelas atuações diárias. Foram vendidos 3,5 mil contratos para 1º de junho e 500 para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 198,3 milhões de dólares.

BC também vendeu nesta sessão a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro, equivalentes a 9,827 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 15 por cento do lote total.