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Dólar cai 2% e vai a R$2,41, após alta surpresa da Selic

Após o Banco Central surpreender e elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, a moeda recuou mais de 2% no início das operações de hoje


	Dólar: às 9h11, a moeda norte-americana recuava 2,18 por cento
 (Scott Eells)

Dólar: às 9h11, a moeda norte-americana recuava 2,18 por cento (Scott Eells)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2014 às 10h16.

São Paulo - O dólar registrava forte queda nesta quinta-feira, chegando a bater o patamar de 2,40 reais, com investidores animados pela surpreendente alta da Selic que alimentou expectativas de fluxo positivo ao Brasil e de que a condução da política econômica pode tomar rumo mais favorável aos olhos do mercado.

A política econômica do governo de Dilma Rousseff, reeleita no domingo, é criticada por causar inflação elevada e baixo crescimento, em meio a uma política fiscal pouco transparente.

Às 10h57, a moeda norte-americana caía 2,04 por cento, a 2,4181 reais na venda, após chegar a 2,4092 reais na mínima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 25 milhões de dólares.

"O aumento dos juros dá uma animada no mercado por causa da expectativa de fluxo, mas principalmente porque é um indício de que o governo está mais preocupado com a inflação", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Três dias após a reeleição de Dilma, o BC decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, a 11,25 por cento, alegando aumento dos riscos à inflação. A decisão pegou o mercado no contrapé, em meio a amplas expectativas de que a Selic só voltaria a subir no ano que vem.

O mercado aguardará mais pistas sobre como será a política fiscal nos próximos quatro anos para confirmar suas apostas sobre a política econômica. Também continuará no radar a nomeação do próximo ministro da Fazenda.

"É um ótimo primeiro passo e parece que o mercado está bem feliz, mas ainda há um caminho longo à frente", disse o operador de câmbio da corretora B&T, Marcos Trabbold.

A expectativa de maior entrada de recursos estrangeiros no Brasil também ajudava na baixa no dólar nesta sessão, com maior potencial de investimentos externos vindo para o Brasil em busca de mais rendimentos com a Selic maior. No mercado de juros futuros, a curva de DI mostrava apostas de maior aperto monetário agora.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 3 mil contratos para 1º de junho e 1 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 198 milhões de dólares.

O BC também fará nesta sessão o que deve ser o último leilão de rolagem dos swaps que vencem em 3 de novembro, equivalentes a 8,84 bilhões de dólares, com oferta de até 8 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 93 por cento do lote total.

*Matéria atualizada às 11h16

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