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Dólar cai 1,1% e renova mínima em mais de 2 anos

No mercado internacional, o preço das matérias-primas subiu 2,7 por cento, de acordo com o índice Reuters-Jefferies, ao maior nível em dois anos

A moeda norte-americana recuou 1,13 por cento no mercado brasileiro, a 1,667 real (.)

A moeda norte-americana recuou 1,13 por cento no mercado brasileiro, a 1,667 real (.)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2010 às 17h39.

São Paulo - A perspectiva de que o Federal Reserve ofereça mais estímulos à economia dos Estados Unidos provocou a baixa do dólar nesta sexta-feira, acompanhando a forte alta das commodities.

A moeda norte-americana recuou 1,13 por cento no mercado brasileiro, a 1,667 real. É o menor patamar de fechamento desde 2 de setembro de 2008, antes da quebra do banco Lehman Brothers.

No mercado internacional, o preço das matérias-primas subiu 2,7 por cento, de acordo com o índice Reuters-Jefferies, ao maior nível em dois anos.

O fechamento inesperado de 95 mil postos de trabalho nos EUA em setembro reforçou a expectativa de que o banco central do país decida aumentar a oferta monetária a partir da próxima reunião, em novembro, com o objetivo de estimular o crescimento econômico .

Embora o dado não tenha proporcionado uma forte queda do dólar ante o euro, após várias semanas de desvalorização, foi suficiente para empurrar para cima materiais básicos como o ouro e o petróleo.

"As commodities estão subindo bastante. (O mercado local) está acompanhando lá fora", disse Danilo Campos, operador de câmbio da corretora Flow.

Na avaliação de analistas do banco BTG Pactual, a alta "surpreendente" das commodities --que compõem boa parte do superávit comercial do país-- em setembro foi um dos fatores que provocou a redução da estimativa para o dólar no fim de 2011, de 1,77 a 1,73 real. Eles ponderaram em relatório, no entanto, que "a incerteza sobre o futuro das influências externas é a principal ressalva às projeções."

Atenção global 


Entre as incertezas, Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do banco Paulista, comentou que as principais autoridades econômicas mundiais discutem neste final de semana, em Washington, a possibilidade de um acordo que esfrie a recente "guerra cambial", em que vários países, incluindo o Brasil, intervêm para frear a valorização de suas moedas.

Por outro lado, lembrou Rodrigues, o fluxo de capitais ao país continua forte. Na bolsa, em que foi mantida a alíquota de 2 por cento do IOF sobre o capital estrangeiro, os investidores não-residentes já ingressaram com 4,6 bilhões de reais desde o início de setembro, sem contar a oferta de ações da Petrobras .

Para a equipe de pesquisa econômica do Santander, em relatório a clientes, mesmo com o provável auxílio adicional do Fed, é preciso levar em conta a possibilidade de uma correção da alta do dólar .

"Muito mais do que uma questão de diferencial de juros, o movimento recente da moeda brasileira tem refletido a perda de força da divisa norte-americana. A questão que se coloca não é quando o real deixará de se fortalecer, mas quando o dólar interromperá o ciclo de depreciação", apontaram os analistas da equipe chefiada por Alexandre Schwartsman.

"Os Estados Unidos ainda apresentam fundamentos mais robustos que os da zona do euro e do Japão, o que leva à conclusão de que o movimento recente das moedas destas economias tende a ser revertido ao longo dos próximos meses", acrescentaram, prevendo euro a 1,20 dólar no fim do ano.

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