Dólar cai 0,23% ante o real com expectativa de alta da Selic
No acumulado da semana, o dólar registrou queda de 0,98 %. Desde o início do ano, a moeda norte-americana perdeu 3,88 % em relação à divisa brasileira
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2013 às 18h23.
São Paulo - O dólar encerrou em queda frente ao real pela sétima sessão consecutiva nesta sexta-feira, após o Banco Central e o Ministério da Fazenda abrirem as portas para alta nos juros básicos já na próxima semana, o que tornaria a economia brasileira mais atraente para capitais estrangeiros.
A moeda norte-americana caiu 0,23 %, cotada a 1,9685 real na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 2,5 bilhões de dólares.
No acumulado da semana, o dólar registrou queda de 0,98 %. Desde o início do ano, a moeda norte-americana perdeu 3,88 % em relação à divisa brasileira.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmaram em eventos diferentes que não vão tolerar inflação elevada. As declarações foram interpretadas pelo mercado como um sinal de que o ciclo de aperto monetário pode ter início na reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom), já na semana que vem, e não em maio, como ainda esperam alguns investidores.
"Hoje, ele (Tombini) realmente falou sobre um aumento da taxa de juros. Foi enfático", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira. "A partir dessa fala, mesmo com o mercado meio nervoso com as quedas nas bolsas na Europa, o dólar caiu".
Os comentários levaram os contratos de juros futuros a disparar, reforçando as apostas de aperto monetário em breve. A curva de DI precifica aumento de 0,25 ponto percentual na Selic --hoje em 7,25 % ao ano-- em abril, embora as apostas em alta de 0,50 ponto percentual tenham ganhado fôlego.
A Selic maior seria um atrativo aos investidores estrangeiros, que poderiam trazer seus recursos para o país a fim de fazer mais ganhos financeiros. Com mais dólares entrando no país, a cotação da moeda norte-americana tenderia a cair.
Com a oscilação desta sexta-feira, o dólar aproximou-se ainda mais do patamar de 1,95 real, que boa parte do mercado considera ser o nível mais baixo tolerado pelo BC, o que aumenta as chances de intervenção da autoridade monetária no mercado. A divisa encerrou no nível de 1,96 real pela primeira vez desde 12 de março.
Para muitos analistas, o dólar pode chegar a esse piso em breve, já que o fluxo de divisas deve ganhar força também devido à melhora sazonal nos embarques de commodities agrícolas e ao maior número de emissões externas.
Além disso, pesa também o aumento de liquidez nos mercados internacionais vindo, entre outros, pela ação do banco central japonês, de injetar recurso para melhorar sua economia.
De acordo com o banco Nomura, a estimativa é que o estímulo monetário japonês possa trazer 10 bilhões de dólares ao Brasil.
No ano passado, segundo o Nomura, esse fluxo foi ligeiramente negativo.
Atualizada às 18h22.
São Paulo - O dólar encerrou em queda frente ao real pela sétima sessão consecutiva nesta sexta-feira, após o Banco Central e o Ministério da Fazenda abrirem as portas para alta nos juros básicos já na próxima semana, o que tornaria a economia brasileira mais atraente para capitais estrangeiros.
A moeda norte-americana caiu 0,23 %, cotada a 1,9685 real na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 2,5 bilhões de dólares.
No acumulado da semana, o dólar registrou queda de 0,98 %. Desde o início do ano, a moeda norte-americana perdeu 3,88 % em relação à divisa brasileira.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmaram em eventos diferentes que não vão tolerar inflação elevada. As declarações foram interpretadas pelo mercado como um sinal de que o ciclo de aperto monetário pode ter início na reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom), já na semana que vem, e não em maio, como ainda esperam alguns investidores.
"Hoje, ele (Tombini) realmente falou sobre um aumento da taxa de juros. Foi enfático", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira. "A partir dessa fala, mesmo com o mercado meio nervoso com as quedas nas bolsas na Europa, o dólar caiu".
Os comentários levaram os contratos de juros futuros a disparar, reforçando as apostas de aperto monetário em breve. A curva de DI precifica aumento de 0,25 ponto percentual na Selic --hoje em 7,25 % ao ano-- em abril, embora as apostas em alta de 0,50 ponto percentual tenham ganhado fôlego.
A Selic maior seria um atrativo aos investidores estrangeiros, que poderiam trazer seus recursos para o país a fim de fazer mais ganhos financeiros. Com mais dólares entrando no país, a cotação da moeda norte-americana tenderia a cair.
Com a oscilação desta sexta-feira, o dólar aproximou-se ainda mais do patamar de 1,95 real, que boa parte do mercado considera ser o nível mais baixo tolerado pelo BC, o que aumenta as chances de intervenção da autoridade monetária no mercado. A divisa encerrou no nível de 1,96 real pela primeira vez desde 12 de março.
Para muitos analistas, o dólar pode chegar a esse piso em breve, já que o fluxo de divisas deve ganhar força também devido à melhora sazonal nos embarques de commodities agrícolas e ao maior número de emissões externas.
Além disso, pesa também o aumento de liquidez nos mercados internacionais vindo, entre outros, pela ação do banco central japonês, de injetar recurso para melhorar sua economia.
De acordo com o banco Nomura, a estimativa é que o estímulo monetário japonês possa trazer 10 bilhões de dólares ao Brasil.
No ano passado, segundo o Nomura, esse fluxo foi ligeiramente negativo.
Atualizada às 18h22.