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Dólar cai 0,2% com exterior; apreensão com BC segura queda

Moeda americana não mostra forças para acompanhar o movimento no exterior e cair mais

Notas de dólar (Getty Images)

Notas de dólar (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2012 às 11h50.

São Paulo - O dólar tinha ligeira queda ante o real nesta terça-feira, caminhando para a quarta sessão seguida de perdas e aproximando-se do piso infomal de 2 reais, enquanto a divisa norte-americana era pressionada no exterior após a agência de classificação de riscos Moody's fazer um alerta sobre o rating dos Estados Unidos.

O dólar, no entanto, não mostra forças para acompanhar o movimento no exterior e cair mais, uma vez que investidores acreditam que o Banco Central irá intervir no mercado de câmbio caso a moeda ameace romper o piso da banda informal de 2 a 2,10 reais, de acordo com analistas.

Às 11h27, o dólar caía 0,24 por cento, para 2,0177 reais, chegando a 2,0170 na mínima do dia e a 2,0235 reais na máxima.

Somente nas últimas três sessões, a divisa acumulou perdas de 1 por cento.

"Quando a moeda começa a chegar perto de 2 reais já se espera que o BC vai atuar. Esse nível não é mais uma barreira psicológica, é uma barreira efetiva que o BC definiu", afirmou o economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos.

A última vez que o BC atuou no mercado de câmbio foi em 21 de agosto, quando o dólar era negociado por volta de 2,01 reais e com o exterior pressionando a divisa para baixo. A autoridade monetária realizou um leilão de swap cambial reverso, operação que equivale a uma compra de dólares no mercado futuro, e conseguiu manter a moeda acima de 2 reais.

Autoridades brasileiras têm defendido que o real mais desvalorizado é um fator positivo para a economia, pois favorece a indústria brasileira.

O cenário externo pressionava o dólar para baixo nesta sessão, acentuando as perdas em relação a outras divisas depois que a Moody's afirmou que os Estados Unidos podem perder seu rating triplo A se as negociações sobre o orçamento do próximo ano não produzirem uma tendência de queda na relação dívida/PIB do país.

Em relação a uma cesta de moedas, o dólar perdia 0,37 por cento, enquanto o euro subia 0,61 por cento frente à divisa norte-americana.


O dólar tem sido pressionado nas últimas sessões também por expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, poderá anunciar mais estímulo monetário no encerramento de sua reunião de dois dias na quinta-feira.

Uma terceira rodada de "quantitative easing", que consiste numa impressão de dólares para compra de títulos, injetaria liquidez nos mercados financeiros e parte desses recursos poderiam se dirigir para mercados emergentes como o Brasil, pressionando o dólar para baixo.

"O dólar está com tendência de baixa, mas o mercado está sem força tanto para cima como para baixo no momento", afirmou o operador de câmbio da Interbolsa do Brasil Ovidio Soares, pesando as pressões do cenário externo de um lado e a possibilidade de atuação do BC do outro.

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