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Dólar avança quase 2% com cautela no exterior

Às 10:48, o dólar avançava 1,86 por cento, a 3,8709 reais na venda

Câmbio: dólar subia com força ante o real nesta sexta-feira (Robert Alexander/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 22 de março de 2019 às 09h21.

Última atualização em 22 de março de 2019 às 11h58.

São Paulo — O dólar subia com força ante o real nesta sexta-feira, acompanhando cenário de maior cautela no exterior depois de dados fracos na Europa reforçarem temores de uma desaceleração econômica global, e com preocupações renovadas sobre a Previdência.

Às 10:48, o dólar avançava 1,86 por cento, a 3,8709 reais na venda. Na véspera, a divisa norte-americana fechou em alta de 0,90 por cento, a 3,8001 reais na venda.

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O dólar futuro subia por volta de 1,9 por cento.

No exterior, as persistentes preocupações de desaceleração global voltaram com força aos holofotes após dados mostrarem que a atividade industrial na zona do euro contraiu no ritmo mais rápido em quase seis anos.

Na Alemanha, maior economia do bloco, a atividade industrial recuou pelo terceiro mês consecutivo em março, com o PMI Composto alcançando a menor leitura desde junho de 2013.

"Dados da Alemanha, que é um termômetro forte na avaliação da saúde econômica europeia, reacendem os temores em relação a um desaquecimento global ainda maior que já está acontecendo", disse o superintendente de câmbio da Correparti Corretora,Ricardo Gomes da Silva Filho.

Os títulos alemães de 10 anos operavam em território negativo pela primeira vez de outubro de 2016. O euro caía mais de 0,5 por cento e ações europeias, em geral, recuavam após os dados.

Internamente, a semana termina com cautela renovada sobre a reforma da Previdência, após as prisões do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco na véspera, com preocupação por eventual rescaldo no Congresso atual.

As prisões dos emedebistas no âmbito da Lava Jato somaram-se a um mau humor que já vinha desde quarta-feira, quando a proposta de reforma da Previdência dos militares entregue pelo governo ao Congresso mostrou uma previsão de economia muito abaixo do esperado e desagradou parlamentares.

Em viagem ao Chile, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a proposta referente aos militares, afirmando que ela é mais profunda do que o texto sobre a Previdência dos civis e da iniciativa privada.

Agentes do mercado também observam a insatisfação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que vinha atuando fortemente na articulação política da reforma, e que agora, segundo notícias, ameaça abandonar tal função após ser criticado publicamente pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).

Ainda prevalece a percepção entre investidores de que a reforma será aprovada eventualmente, mas crescem as dúvidas sobre quão tumultuada será essa tramitação.

"Seguimos otimistas e acreditamos no avanço da agenda reformista no Brasil, que vemos como transformacional. Entretanto, antecipamos volatilidade, com um duro processo de negociação adiante para a reforma da Previdência, e uma série de riscos que podem aumentar a tensão", afirmaram profissionais da XP Investimentos em nota.

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 14,5 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril, no total de 12,321 bilhões de dólares.

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