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Dólar abre valendo menos de R$ 2,60 após decisão do Copom

O Copom decidiu elevar a taxa Selic para 12,25% ao ano


	Dólares: às 9h25, no mercado de balcão, o dólar à vista caía 0,61%, a R$ 2,5900, na máxima
 (Juan Barreto/AFP)

Dólares: às 9h25, no mercado de balcão, o dólar à vista caía 0,61%, a R$ 2,5900, na máxima (Juan Barreto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2015 às 09h16.

São Paulo - No dia seguinte à decisão, dentro do esperado, do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic para 12,25% ao ano, o mercado doméstico de câmbio abriu o pregão com as atenções mais concentradas no exterior, onde o Banco Central Europeu (BCE) decide, logo mais, sobre os rumos da política monetária.

Os prováveis estímulos na zona do euro combinados com um cenário de juro doméstico alto mantêm atrativo o ingresso de recursos externos no País, o que sustenta o dólar em queda ante o real desde a abertura, cotado já abaixo de R$ 2,60.

De todo modo, os negócios iniciais dos mercados domésticos tendem a ser contidos e alguma volatilidade não está descartada até sair a decisão do BCE.

Às 9h25, no mercado de balcão, o dólar à vista caía 0,61%, a R$ 2,5900, na máxima, após abrir em queda de 0,69%, a R$ 2,5880, e de ceder 0,81% na cotação mínima do dia, a R$ 2,5850, no menor valor intraday desde 4 de dezembro de 2014.

No mercado futuro, o dólar para fevereiro recuava 0,46%, a R$ 2,5965, após uma abertura em baixa de 0,58%, a R$ 2,5935. O euro também se fortalece, valendo US$ 1,1622, de US$ 1,1608 no fim da tarde de ontem em Nova York.

Na quarta-feira, 21, à noite, o Copom manteve o ritmo de aperto do juro básico, em 0,50 ponto porcentual, mas enxugou o texto do comunicado que se seguiu à decisão, limitando-se a dizer que decidiu, por unanimidade, elevar a Selic para 12,25% ao ano, sem viés.

Porém, por mais que o Copom tenha deixado a porta aberta até a próxima reunião, em março, o fato de o juro brasileiro continuar muito mais convidativo do que o praticado nas principais economias maduras favorece a perspectiva de que o Brasil continue servindo de porta de entrada para o capital especulativo, fortalecendo a moeda local.

Segundo levantamento da UpTrend, o País ocupa o segundo lugar no ranking de maior pagador de juros reais do mundo, atrás apenas da Rússia, considerando as projeções médias de inflação futura (ex ante).

Além do chamado "hot money" dos especuladores, a confiança no ajuste fiscal do governo brasileiro tem sido um fator importante.

Em Davos, após reunião bilateral com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse que ele é "um cavalheiro muito confiável e competente".

Mas todas as atenções estão voltadas para o encontro do BCE, que está sendo descrito como uma histórica reunião de política monetária e que, por ora, reveste os mercados internacionais de cautela.

A expectativa é de que a autoridade monetária anuncie o início de compras de bônus soberanos por meio de um programa conhecido como relaxamento quantitativo (QE), já testado nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Japão, mas que seria uma iniciativa inédita na zona do euro.

Segundo fontes, o BCE deve debater uma proposta do Conselho Executivo de compras mensais de cerca de 50 bilhões de euros (US$ 58 bilhões) em bônus soberanos pelo período mínimo de um ano.

A decisão final cabe ao Conselho Diretor, composto por 25 integrantes. O anúncio da decisão será feito às 10h45, seguido de coletiva de imprensa com o presidente da instituição, Mario Draghi, às 11h30.

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