Dólar bate novo recorde e se encaminha 8ª alta consecutiva
Preocupação com coronavírus continua ditando tom pessimista no mercado financeiro
Guilherme Guilherme
Publicado em 28 de fevereiro de 2020 às 09h27.
Última atualização em 28 de fevereiro de 2020 às 15h16.
São Paulo - Em mais um dia de forte tensão no mercado financeiro, o dólar voltou a subir pelo oitavo pregão consecutivo. Com a preocupação sobre a evolução dos casos de coronavírus fora da China, muitos investidores têm adotado uma postura defensiva, o que tem provocado impactos diretos no câmbio de economias emergentes.
Às 15h10, o dólar avançava 0,172% e era negociado por 4,4828 na venda. Na máxima desta sexta, oa moeda americana bateu 4,5121 reis na venda, registrando novo recorde nominal intradiário. Mais cedo, a moeda americana chegou a ser negociada na casa dos 4,47 reais, após leilão do Banco Central. "Esses leilões não são para derrubar a moeda, mas para não ter especulação fora do comum. A moeda tem motivo para continuar subindo", disse Jefferson Laatus, estrategista-chefe e fundador do Grupo Laatus.
Caso confirme a oitava sessão consecutiva de alta, o dólar registrará a mais longa sequência de ganhos desde os nove pregões de valorização entre 7 e 19 de dezembro de 2005. Ao fim daquela série, o dólar estava em 2,382 reais na venda.
Na quinta-feira, o dólar encerrou em novo recorde de fechamento, cotado em 4,4751 reais. No exterior, o dólar também se apreciava frente às divisas de países emergentes, mas recuava contra o franco suíço - considerada uma das moedas mais seguras do mundo.
ParaReginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, a direção do dólar pode mudar com a aprovação dasreformas econômicas propostas pelo governo brasileiro."Aprovadas as reformas, o investidor pode se sentir confortável e voltar a investir aqui. Quando voltar a entrar dinheiro novo, aí que o dólar vai dar uma aliviada."
O mercado acompanhava ainda nesta sessão a formação da Ptax de fim de mês --aquela que serve de referência para a liquidação de contratos futuros e outros derivativos. A "briga" entre comprados e vendidos em dólar por uma taxa mais conveniente a suas operações costuma adicionar volatilidade aos negócios.