Disputa China vs. EUA volta a dar o tom em semana carregada de balanços
China prendeu grande empresário de mídia e anunciou sanções contra senadores populares dos EUA, como Marco Rubio e Ted Cruz
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2020 às 07h26.
Última atualização em 10 de agosto de 2020 às 07h57.
A tensão política entre China e Estados Unidos deve seguir como prioridade no radar de investidores mundo afora nesta semana. Na sexta-feira, vale lembrar, o Ibovespa fechou em queda de 1,3%, para 102.775 pontos, e o dólar comercial subiu 1,3%, para 5,41 reais, a maior cotação em um mês. O índice brasileiro anda de lado há cerca de um mês, após subir 60% desde o pico da crise do novo coronavírus, em março.
Na semana passada, o foco das atenções esteve na pressão do presidente americano Donald Trump para que dois grandes aplicativos chineses, TikTok e WeChat, parem de operar nos Estados Unidos e sejam vendidos para companhias americanas. O TikTok está na mira de Microsoft, Twitter e pode entrar até no radar da Netflix.
Nesta segunda-feira, a China anunciou sanções contra 11 cidadãos americanos, incluindo senadores populares do partido republicano, como Ted Cruz e Marco Rubio. É uma repostas a sanções americanas divulgadas na sexta-feira contra 11 políticos chineses e de Hong Kong por limitar liberdades civis na ilha. É a última ação de um toma lá dá cá que, segundo um militar chinês, pode levar até a uma guerra marítima entre as duas potências às vésperas das eleições presidenciais americanas. A China segue apertando o cerco em Hong Kong e anunciou hoje a prisão de Jimmy Lai, um grande empresário de mídia.
Neste contexto, o ouro, um ativo seguro, chegou a seu preço recorde, acima dos 2 mil dólares -- analistas já preevem o metal em 4 mil dólares. A temporada de balanços segue na semana, com resultados em geral ruins para o trimestre. No Brasil, divulgam resultado empresas como Via Varejo (quarta), Azul, BRF e JBS (quinta) e brMalls e Natura (sexta). Para além dos números ruins, investidores buscarão indícios de melhora à frente. Mas, com tanta fumaça política no horizonte, fica ainda mais difícil antever o futuro.