Disparada do minério, acordo partidário nos EUA e o que move o mercado
Com dados positivos da China e negociações em Washington no radar, investidores seguem com apetite por risco e fazem bolsas subirem
Guilherme Guilherme
Publicado em 30 de setembro de 2021 às 07h06.
Última atualização em 30 de setembro de 2021 às 09h07.
As bolsas internacionais estendem os ganhos nesta quinta-feira, 30, com negociações para que o governo americano evite uma paralisação, o shutdown, e dados animadores da economia chinesa. No radar, os rendimentos dos títulos públicos dos Estados Unidos, que vinham pressionando as bolsas no início de semana em meio a temores sobre a inflação, apresentam leves quedas, abrindo espaço para mais um dia de alta no mercado de ações.
Nos Estados Unidos, investidores seguem atentos aos movimentos de Washington, tendo em vista que hoje é o último dia para republicanos e democratas evitarem um shutdown. Após impasses nas negociações, um acordo foi costurado com o líder da maioria do Senado, Chuck Schumer, para estender os gastos do governo até o início de dezembro. Ainda que temporária, a solução representa um alívio para investidores e para a economia americana.
Ainda em Washington, congressistas discutem um aumento do teto da dívida, que ainda sofre resistência da oposição republicana. Nesta semana, a secretária do Tesouro americana, Janet Yellen, alertou que, caso o teto da dívida não seja elevado, os EUA poderiam não cumprir seus compromissos a partir de meados de outubro.
Nesta manhã, investidores ainda devem se atentar aos pedidos semanais de seguro desemprego dos EUA, que, segundo estimativas do mercado, deve ficar em 355.000, 4..000 a mais do que o registrado na última semana. Um número menor do que o esperado indicaria uma retomada mais forte do mercado de trabalho, por outro lado, pode aumentar as preocupações sobre inflação e retirada de estímulos por parte do Federal Reserve. Também está previsto para hoje a segunda revisão do PIB americano do segundo trimestre. A expectativa é de que seja mantida a alta de 6,6% do PIB.
Economia chinesa
Na China, onde ventos vinham sendo contrários à tomada de riscos, sinais animadores voltaram a aparecer. Divulgados no fim do da última noite, os indicadores da economia local surpreenderam positivamente os investidores, ainda que tenham apresentado grande crescimento.
Por lá, o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto bateu 51,7 pontos, acima da linha dos 50 pontos que divide a contração da expansão da atividade. O destaque ficou com o PMI não-manufaturado, que ficou em 53,2 pontos, acima das projeções de 50,1 pontos. O PMI industrial, contudo, ficou em 49,6 pontos contra a estimativa de 50,1 pontos.
Minério de ferro em alta
Em Dalian, o contrato de minério de ferro disparou 10,7%, antes do feriado de Semana Dourada da China, que inicia nesta sexta-feira, 1, e vai até o próximo dia 7. Além dos dados econômicos, a expectativa de maior demanda por aço no país ajudou a impulsionar a alta da commodity.
A valorização deve ter grande contribuição para a bolsa brasileira, tendo em vista que a mineradora Vale (VALE3) tem o maior peso do índice. Nos Estados Unidos, as ADRs da Vale sobem 2,22%.
Taxa de desemprego
Na economia local, o principal indicador do dia será a taxa de desemprego, medida pelo IBGE. O consenso do mercado é de uma leve queda de 14,1% para 13,9%. Na véspera, os dadosCadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelaram a abertura de 372.265 vagas formais de trabalho em agosto. O número superou asexpectativas colhidas pela Reuters, que era de criação de 272.500 postos de trabalho.
Privatização à vista?
A Sabesp (SBSP3), em reunião Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização, deliberou por unanimidade recomendar a contratação do International Finance Corporation (IFC) para consultoria e análise de "possíveis alternativas de reestruturação do capital da Sabesp".
Novos galpões da BR
A BR Properties (BRPR3) adquiriu um terreno de 150.000m² em Cajamar, próximo à capital paulista e ao projeto em desenvolvimento de condomínios logísticos Cajamar 1. No novo terreno, a empresa espera fazer o Cajamar 2, com quatro galpões logísticos.
"A aquisição faz parte da estratégia de posicionamento da companhia no mercado de galpões industriais e logísticos. Localizada a 30 quilômetros da capital paulista, e com fácil acesso às principais rodovias do estado, a região de Cajamar vem se consolidando com a principal região logística do país", afirma a BR Properties em fato relevante.