São Paulo - Os juros futuros curtos iniciavam a quinta-feira em queda, depois de na véspera o Banco Central elevar a Selic mas deixar aberta a próxima decisão, segundo analistas, abrindo a possibilidade de manutenção à frente.

Às 9h54, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) janeiro de 2012 projetava 12,46 por cento, contra 12,49 por cento no ajuste da véspera. O DI janeiro de 2013 operava estável em 12,65 por cento. O contrato julho 2012 recuava a 12,57 por cento, ante 12,60 por cento.

Já os contratos longos tinham alta, uma vez que se o aperto parar mais cedo agora, pode voltar a ocorrer mais para a frente. O DI janeiro de 2014 subia para 12,71 por cento, contra 12,69 por cento na véspera O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto para 12,50 por cento ao ano. Em comunicado bem mais sucinto que os divulgados nas reuniões recentes, o BC se limitou a afirmar que sua decisão, unânime, foi tomada "avaliando o cenário prospectivo e o balanço de riscos para a inflação".

O comunicado retirou a expressão "suficientemente prolongado" utilizada para definir a estratégia de política monetária a ser perseguida nas reuniões de abril e junho.

Segundo analistas, isso deixa a porta aberta para a próxima decisão, em agosto. O mercado vinha precificando mais uma alta em agosto, mas agora não está mais tão certo.

"Observando a precificação dos contratos na curva de juros futuros, esperamos um ajuste de baixa crescente dos mais curtos para os médios", disse Luciano Rostagno, estretagista-chefe da CM Capital Markets.

"A expectativa é de que o DI julho de 2012, que no fechamento de ontem embutia uma chance de alta em agosto de quase 100 por cento, abra com um gap em torno de 5 pontos, enquanto que o DI janeiro de 2013, que considerava possibilidade do ciclo de aperto monetário ir além da reunião de agosto, deverá abrir com um gap maior." O mercado aguarda agora a ata da reunião do Copom, na próxima quinta-feira, em busca de sinais sobre até quando irá o aperto.