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Desemprego, China, Amazon em queda livre e o que mais move o mercado

Decepção com resultados de big techs pressiona índices futuros de NY; Europa sobe com dados econômicos no radar

Carteira de trabalho: taxa de desemprego deve subir para 11.4%, projetam economistas (Jorge Rosenberg/Reuters)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 29 de abril de 2022 às 07h06.

Última atualização em 29 de abril de 2022 às 08h52.

Bolsas internacionais operam em direções distintas na manhã desta sexta-feira, 29. Os principais índices da Europa avançam, tendo no radar a bateria de dados econômicos divulgados ainda de madrugada no continente.

A inflação ao consumidor da Zona do Euro subiu menos que o esperado, ficando em 0,6% ante expectativa de 1,8% de alta. Na comparação anual, a inflação do bloco passou de 7,4% para 7,5%. O PIB trimestral cresceu 0,2%, levemente abaixo do salto de 0,3% esperado por economistas.

O PIB da Alemanha do primeiro trimestre, porém, saiu acima das projeções, em 0,2% de alta e 4% frente ao mesmo período de 2021. O crescimento, ainda que ligeiro, da economia europeia contrasta com a contração de 1,4% do PIB americano, divulgada na véspera. A bolsa de Frankfurt é destaque de alta desta manhã, subindo cerca de 1%.

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Estímulo chinês impulsiona minério

Parte do bom humor também é explicado pelos planos de estímulos econômicos do governo chinês, que busca atenuar os efeitos de novas restrições para conter o avanço do coronavírus no país. O pacote chinês deve beneficiar, especialmente, os setores industriais, de infraestrutura e mercado imobiliário, segundo a Reuters.

Os planos chineses impulsionaram o minério de ferro, que saltou mais 4% nesta madrugada, chegando ao quarto pregão consecutivo de alta em Dalian. O movimento deve beneficiar o mercado brasileiro, dada a participação da Vale nos índices locais. As ADRs da companhia sobem pouco mais de 1% no pré-mercado americano.

Pressão das big techs

Nos Estados Unidos, porém, o clima é de cautela. Os três principais índices de Wall Street recuam no mercado de futuros, tendo como pano de fundo os resultados da Amazon e Apple, divulgados na última noite.

A Apple superou o consenso em receita e lucro, mas o aumento de custos, com restrições de fornecimento, soou como alerta para investidores. Já a Amazon decepcionou em suas principais frentes do balanço.

A companhia de Jeff Bezos deu prejuízo de US$ 7,56 por ação no primeiro trimestre ante expectativa de lucro de US$ 8,37. As ações da companhia despencam mais de 8% no pré-mercado, adicionando pressão negativa sobre o índice Nasdaq.

Agenda Brasil: mais desemprego

No Brasil, a agenda de balanços esfria nesta sexta-feira, dia em que as companhias evitam divulgar balanço devido ao "gap" do fim de semana. Resultados da véspera, no entanto, devem fazer preço nesta sessão. Nesta sexta, investidores devem reagir aos balanços da Multiplan e Hypera, que saíram na última noite.

Fora a agenda de balanços, investidores estarão atentos aos dados do mercado de trabalho. A expectativa para a taxa de desemprego de março, que será divulgada hoje, tenha subido de 11,2% para 11,4%, segundo consenso da Bloomberg. O desemprego brasileiro segue acima de 10% desde 2016.

Números ainda piores que os projetados pelo mercado podem aumentar o pessimismo sobre papéis ligados ao ciclo da economia doméstica, como dos setores de varejo, educação e construção.

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