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Crise mistura mercados maduros e emergentes para investidores

Crise na zona do euro desafia tradicionais percepções sobre investimento seguro, e investidores podem preferir apostar em mercados emergentes tradicionai

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2012 às 18h06.

Londres - Investidores estão perto de cruzar a linha divisória cada vez mais tênue entre os mercados emergentes e os desenvolvidos, no momento em que a crise na zona do euro desafia tradicionais percepções sobre investimento seguro.

Essa percepção difusa foi ilustrada no mês passado com a surpresa do índice MSCI com a decisão de revisar o mercado de ações da Grécia para o status de mercado emergente, geralmente atribuído a países mais pobres, que oferecem menor liquidez e um acesso menos aberto a comércio.

Embora a Grécia permaneça como membro da zona do euro, os vários rebaixamentos de ratings, a reestruturação de dívida e o risco persistente de que sairá do bloco e desvalorizará fortemente sua moeda têm dado a ela um perfil de risco semelhante ao de muitos países em desenvolvimento.

Sendo assim, muitos investidores podem preferir apostar em mercados emergentes tradicionais, como África do Sul ou Filipinas.

"Este é um grande fator de impulso para os mercados emergentes -- é obviamente conduzido, em parte, pela mudança do risco nos mercados desenvolvidos", disse Jerome Booth, diretor de Pesquisa do Ashmore Investment Management, que tem gestão de 66 bilhões de dólares em ativos nos mercados emergentes.


"Isso vem acontecendo há 15 anos. Isto acelerou desde a crise financeira".

Refletindo a gama cada vez maior de investidores que estão em busca dos mercados emergentes, Booth afirmou que bancos centrais e fundos de recursos soberanos compõem mais de 40 por cento dos ativos da Ashmore sob gestão.

Ingressos de fundos para dívida em mercados emergentes totalizaram 23 bilhões de dólares no primeiro semestre, enquanto as entradas em fundos de ações nos emergentes totalizaram 14 bilhões de dólares, de acordo com dados do EPFR, empresa analista de fundos com sede em Boston.

Enquanto isso, as saídas de fundos de ações de países desenvolvidos da Europa foram de 22 bilhões de dólares no mesmo período. Saídas de fundos de dívida da Europa totalizaram menos que 1 bilhão de dólares, porém, após um êxodo de 29 bilhões de dólares em 2011.

Para atender a um aumento da demanda, os emissores dos mercados emergentes devem lançar um volume recorde de dívida, totalizando algo perto de 300 bilhões de dólares este ano.

A perspectiva incerta para a zona do euro, cujas autoridades estão lutando para convencer os mercados de que podem controlar, estão agora no terceiro ano, elevou os custos de financiamento para economias líderes, como a Espanha e a Itália.

Empresas de mercados emergentes também parecem mais atrativas do que no passado, pagando dividendos mais elevados e mostrando forte crescimento dos lucros.


"Essas empresas estão apresentando melhor retorno sobre o investimento que no mundo desenvolvido", disse Laurence Taylor, especialista de Portfólio em Mercados Globais do T Rowe Price.

Os mercados emergentes ainda carregam seus próprios riscos.

Ainda que tenham se tornado mais sofisticados, seu comércio, seus bancos e preços nos mercados estão cada vez mais ligados ao restante do mundo.

Ações de mercados emergentes caíram mais de 20 por cento no ano passado e as economias do BRIC --Brasil, Rússia, Índia e China-- estão começando a oscilar.

"Vemos riscos, já que estamos conectados", disse Percival Stanion, que dirige 9,7 bilhões de libras em multi-ativos estratégicos no Barings Investment Management.

"Estamos cautelosos sobre a zona do euro, e isto reflete-se em nossa desconfiança sobre outros ativos de risco --mercados emergentes são, obviamente, uma área de alto risco".

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