São Paulo - A Cosan SA Indústria e Comércio, parcialmente dona da maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, chegou a ter a menor cotação em um mês com receio de que o plano de adquirir uma distribuidora de gás pressione seu nível de endividamento.

As ações da Cosan caíam 4,4 por cento, para R$ 32,02 às 15:02, menor preço intradiário desde 12 de março. O Ibovespa tinha alta de 2 por cento no mesmo horário.

A Cosan está em negociações preliminares para adquirir os 60,1 por cento de participação do BG Group Plc na Cia. de Gás de Sao Paulo, maior distribuidora de gás do Brasil, de acordo com comunicado à Comissão de Valores Mobiliários. A Comgás tinha alta de 5,4 por cento, para R$ 43,23, maior desde 26 de dezembro.

“No curto prazo, dependendo do valor envolvido, vai pressionar muito a Cosan em termos de alavancagem e caixa”, disse Erick Hood, analista da SLW Corretora, em entrevista por telefone de São Paulo. “Para a Comgás, dependendo do valor que for pago, pode ser bom para o acionista.”

Hood disse também que a operação da distribuidora de gás paulista “sai um pouco” do setor em que a Cosan atua. A empresa participa de uma joint venture com a Royal Dutch Shell Plc e obtém parte de suas vendas com a distribuição de combustíveis e lubrificantes.

A BG confirmou as negociações em outro comunicado.

A BG, terceira maior empresa de gás e petróleo do Reino Unido, avalia vender ativos de distribuição de gás para elevar os investimentos em projetos de produção de petróleo em águas profundas na costa brasileira. Ela tem uma participação minoritária no maior campo de petróleo do País, do qual a Petróleo Brasileiro SA é a operadora.