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Corrupção no esporte preocupa com apostas por celular

O mundo das apostas em esportes está se transformando com o aumento dessa atividade por meio de celulares


	Celular: aplicativos móveis que permitem apostas dentro do jogo
 (Robyn Beck/AFP)

Celular: aplicativos móveis que permitem apostas dentro do jogo (Robyn Beck/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2016 às 12h43.

O mundo das apostas em esportes está se transformando com o aumento dessa atividade por meio de celulares mais rápido do que os reguladores conseguem acompanhar, numa inundação de dinheiro que potencialmente contribui para o surgimento de escândalos de corrupção como o que assola o tênis mundial, dizem especialistas e pessoas de dentro do setor de apostas.

As denúncias surgidas nesta semana, de que as autoridades do tênis mundial não foram capazes de impedir a proliferação da manipulação de resultados nas partidas, chocaram o esporte e surgem na sequência de denúncias similares relacionadas a outras modalidades, como o futebol.

A presença de celulares e tablets em toda parte tem ajudado a transformar na prática as casas de apostas de locais escuros e enfumaçados em empresas de tecnologia multibilionárias, que despejam altas quantias no desenvolvimento de aplicativos e complexos algoritmos e têm como alvo um público mais jovem e amplo.

“Não somos mais restringidos pela geografia ou pela escolha limitada de uma empresa de apostas. E temos múltiplos esportes acontecendo todos os dias da semana em todo o mundo, sendo transmitidos em nossas casas, em nossos smartphones”, disse Scott Ferguson, um consultor da indústria de apostas.

O maior perigo de as apostas por celular cruzarem com a corrupção reside na facilidade em se manipular os resultados nos esporte cuja disputa é de um contra um, como o tênis, o lançamento de dardos ou a sinuca, de acordo com especialistas e apostadores profissionais.

Aplicativos móveis que permitem apostas dentro do jogo, em pontos individuais ou games do tênis, por exemplo, permitem aos atletas manipularem disfarçadamente o resultado, o que pode parecer a eles menos antiético do que entregar uma partida inteira, disse Sally Gainsbury, um professor sênior da Universidade Southern Cross que escreveu um livro sobre o assunto.

A maior parte das casas de apostas operam a partir de jurisdições em pequenos países, tornando extremamente difícil calcular estimativas precisas sobre o setor, acrescentou Gainsbury.

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