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Corretores trocam drinques por spinning para atrair clientes

Aulas nas academias de Manhattan são cada vez mais frequentes entre os banqueiros que querem fazer contatos sem beber muito nem comer comida gordurosa

Contratos mais saudáveis: clientes preocupados com a saúde consideram os jantares oferecidos por corretores cada vez mais como “calvários de três horas” (Scott Eells/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2013 às 20h41.

Nova York – Os vendedores e negociantes de Wall Street , cujas despesas ajudam a lotar restaurantes e camarotes nos estádios de beisebol, agora estão oferecendo outro tipo de entretenimento aos clientes: malhação de alto nível.

As aulas à tarde e de madrugada nas academias de Manhattan como a SoulCycle, a Barry’s Boot Camp e a Flywheel Sports são cada vez mais frequentes entre os banqueiros que querem fazer contatos sem beber muito nem comer comida gordurosa, segundo operadores e vendedores. John Abularrage, diretor da unidade americana da Tullett Prebon Plc, leva seus clientes a sessões na Barry’s Boot Camp em Tribeca às 5h, onde eles correm em esteiras e levantam pesos ao ritmo de música eletrônica.

Tradicionalmente, os banqueiros que vendem ações ou títulos empanturravam os operadores de fundos mútuos e os gerentes de hedge funds com ingressos, lanches e drinques esperando que a amizade – ou pelo menos a familiaridade – expandisse os negócios. Clientes preocupados com a saúde consideram os jantares cada vez mais como “calvários de três horas”, disse Chelsea Kocis, ex-vendedora de participações de 26 anos.

Aulas de spinning

Outro vendedor, que solicitou o anonimato porque sua companhia não permite ao pessoal falar com os repórteres, afirmou que envia convites semanais por e-mail aos clientes avisando os horários em que ele estará na academia. As sessões das 5h na SoulCycle em Tribeca, a um quarteirão da sede do Goldman Sachs Group Inc., são as mais frequentadas pelos corretores e gestores de portfólios, disse o vendedor.

No mês passado, Kocis pediu demissão do Bank of America Corp. para fundar a Swerve Fitness, uma academia de ciclismo em Flatiron, que será um lugar para encontros bancários permitindo que as pessoas formem equipes e concorram em bicicletas fixas. Eric Posner, um dos sócios e ex-vendedor do HSBC Holdings Plc, disse que uma parte do dinheiro que eles arrecadaram para abrir o lugar, mais de US$ 1 milhão, veio de operadores que eles costumavam levar para outras aulas semanais.


O boom das academias que Posner e Kocis estão tentando aproveitar começou ao redor de 2006, quando a SoulCycle abriu e descobriu que os nova-iorquinos estavam dispostos a pagar um plus por aulas de spinning de 45 minutos em um ambiente com música e com instrutores que os motivavam. As sessões custam US$ 34 por pessoa, mas os clientes pagam até o dobro – o equivalente ao valor da mensalidade em algumas academias – para reservar os horários mais cedo, que são os mais frequentados.

Cocaína, prostitutas

Turney Duff, ex-operador de hedge funds, escreveu no seu livro “The Buy Side” que alguns corretores naquela época compravam cocaína para ele e lhe ofereciam prostitutas. O trabalho de um vendedor é manter os operadores contentes, pois eles determinam a quem pagar para comprar e vender ações, disse Duff em entrevista por telefone.

“Se eu quisesse, poderia ter saído todas as noites sem pagar nada”, acrescenta Duff, que afirma não ter ouvido falar sobre corretores que levam os operadores para malhar. “Você faz negócios com 50 ou 100 pessoas”.

Steve Starker, cofundador da BTIG LLC, conta que ele faz quatro ou cinco aulas de spinning por semana na SoulCycle de Greenwich, Connecticut, Upper East Side e The Hamptons, às vezes com clientes.

Justin Sliney, diretor de operações com divisas e taxas da divisão americana do Rabobank Groep com sede em Utrecht, na Holanda, disse em entrevista por telefone que ele tinha agendado levar seu ex-chefe a uma aula na Barry’s Boot Camp em Tribeca de manhã cedo.

“Para muita gente que trabalha em Wall Street todo minuto livre é precioso e eles querem maximizar isso”, disse Sliney. “É uma boa alternativa para os jantares e os drinques. É a alternativa das 6h”.

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As aulas à tarde e de madrugada nas academias de Manhattan como a SoulCycle, a Barry’s Boot Camp e a Flywheel Sports são cada vez mais frequentes entre os banqueiros que querem fazer contatos sem beber muito nem comer comida gordurosa, segundo operadores e vendedores. John Abularrage, diretor da unidade americana da Tullett Prebon Plc, leva seus clientes a sessões na Barry’s Boot Camp em Tribeca às 5h, onde eles correm em esteiras e levantam pesos ao ritmo de música eletrônica.

Tradicionalmente, os banqueiros que vendem ações ou títulos empanturravam os operadores de fundos mútuos e os gerentes de hedge funds com ingressos, lanches e drinques esperando que a amizade – ou pelo menos a familiaridade – expandisse os negócios. Clientes preocupados com a saúde consideram os jantares cada vez mais como “calvários de três horas”, disse Chelsea Kocis, ex-vendedora de participações de 26 anos.

Aulas de spinning

Outro vendedor, que solicitou o anonimato porque sua companhia não permite ao pessoal falar com os repórteres, afirmou que envia convites semanais por e-mail aos clientes avisando os horários em que ele estará na academia. As sessões das 5h na SoulCycle em Tribeca, a um quarteirão da sede do Goldman Sachs Group Inc., são as mais frequentadas pelos corretores e gestores de portfólios, disse o vendedor.

No mês passado, Kocis pediu demissão do Bank of America Corp. para fundar a Swerve Fitness, uma academia de ciclismo em Flatiron, que será um lugar para encontros bancários permitindo que as pessoas formem equipes e concorram em bicicletas fixas. Eric Posner, um dos sócios e ex-vendedor do HSBC Holdings Plc, disse que uma parte do dinheiro que eles arrecadaram para abrir o lugar, mais de US$ 1 milhão, veio de operadores que eles costumavam levar para outras aulas semanais.


O boom das academias que Posner e Kocis estão tentando aproveitar começou ao redor de 2006, quando a SoulCycle abriu e descobriu que os nova-iorquinos estavam dispostos a pagar um plus por aulas de spinning de 45 minutos em um ambiente com música e com instrutores que os motivavam. As sessões custam US$ 34 por pessoa, mas os clientes pagam até o dobro – o equivalente ao valor da mensalidade em algumas academias – para reservar os horários mais cedo, que são os mais frequentados.

Cocaína, prostitutas

Turney Duff, ex-operador de hedge funds, escreveu no seu livro “The Buy Side” que alguns corretores naquela época compravam cocaína para ele e lhe ofereciam prostitutas. O trabalho de um vendedor é manter os operadores contentes, pois eles determinam a quem pagar para comprar e vender ações, disse Duff em entrevista por telefone.

“Se eu quisesse, poderia ter saído todas as noites sem pagar nada”, acrescenta Duff, que afirma não ter ouvido falar sobre corretores que levam os operadores para malhar. “Você faz negócios com 50 ou 100 pessoas”.

Steve Starker, cofundador da BTIG LLC, conta que ele faz quatro ou cinco aulas de spinning por semana na SoulCycle de Greenwich, Connecticut, Upper East Side e The Hamptons, às vezes com clientes.

Justin Sliney, diretor de operações com divisas e taxas da divisão americana do Rabobank Groep com sede em Utrecht, na Holanda, disse em entrevista por telefone que ele tinha agendado levar seu ex-chefe a uma aula na Barry’s Boot Camp em Tribeca de manhã cedo.

“Para muita gente que trabalha em Wall Street todo minuto livre é precioso e eles querem maximizar isso”, disse Sliney. “É uma boa alternativa para os jantares e os drinques. É a alternativa das 6h”.

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