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Companhia cria app que alerta para tweet de Trump sobre empresas

Desde o início da campanha, o presidente eleito utilizou o Twitter para lançar mensagens de advertência a companhias que decidem produzir fora dos EUA

Donald Trump: empresa explica que um simples tweet desfavorável do presidente eleito pode repercutir em "bilhões de dólares" para grandes empresas (Getty Images)
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EFE

Publicado em 13 de janeiro de 2017 às 11h03.

Última atualização em 13 de janeiro de 2017 às 11h08.

Nova York - A companhia americana Trigger Finance criou uma nova ferramenta em seu aplicativo para celular que alerta os usuários quando o presidente eleito, Donald Trump , tuíta sobre uma empresa cotada na qual investiram.

A ferramenta gratuita "Trump Trigger", por enquanto, só está disponível para iPhone e foi lançada no início deste mês para que os investidores possam se antecipar ou reagir com rapidez às mudanças no preço de suas ações, já que os mercados prestam muita atenção aos comentários do magnata.

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Em seu site, a empresa explica que um simples tweet desfavorável do presidente eleito pode repercutir em "bilhões de dólares" para grandes empresas, ao desencadear grandes baixas em sua cotação na bolsa.

"Nossos usuários enxergam isto como uma oportunidade de investimento e uma forma de tramitar o risco", afirmou a cofundadora e diretora-executiva da Trigger Finance, Rachel Mayer, em declarações ao jornal "The Washington Post".

Desde o início da campanha, o presidente eleito utilizou o Twitter para lançar mensagens de advertência a empresas que decidam produzir fora dos Estados Unidos e para se pronunciar com relação à atividade ou o futuro de determinadas companhias.

Depois que o magnata criticou a Boeing no mês passado com em relação ao custo de produção de um Air Force One, as ações da companhia caíram cerca de 2% nas horas seguintes. A Boeing teve que responder em tempo recorde e esclarecer que seu avião custa US$ 170 milhões e não US$ 4 bilhões, como tinha dito Trump na postagem.

A mesma situação aconteceu com o fabricante aeronáutico Lockheed Martin, que sofreu uma baixa de 2,5% em Wall Street como consequência de um tweet de Trump, no qual ele dizia que seu programa de fabricação de aviões de combate F35 é "muito caro".

Outra que também foi abalada foi a japonesa Toyota, que na quinta-feira passada se viu alvo de uma mensagem do magnata que advertia que a empresa vai enfrentar "tarifas mais altas" se decidir construir uma nova fábrica no México para produzir automóveis e exportá-los aos Estados Unidos.

A empresa conseguiu reverter as perdas, mas bastaram menos de 140 caracteres para o valor da Toyota Motors cair mais de US$ 1,2 bilhão na bolsa.

Por outro lado, Trump elogiou na última segunda-feira o grupo Fiat Chrysler pela intenção de investir US$ 1 bilhão em duas fábricas dos Estados Unidos, o que fez com que suas ações subissem 1,4%.

Recentemente, a emissora "CNN" disse ter conversado com vários diretores de empresas de tecnologia da Califórnia que declararam manter funcionários conectados às rede social até de madrugada, perante o temor de que Trump mencione uma delas em uma mensagem matinal e faça cair por terra as ações da companhia.

O uso intenso do Twitter pelo presidente eleito, que manifestou preferência por este meio para se comunicar com o público e expressar sua opiniões, é um fato inédito na política americana e mantém as empresas em alerta.

Como afirma o portal financeiro "MarketWatch", há vários anos investidores consideram esta rede social uma ferramenta fundamental para se informar em tempo real das tendências mundiais, índices econômicos e comentários de analistas, pesquisadores e personalidades políticas.

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