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Como pode funcionar o acordo (calote) da Grécia com os investidores

Os credores poderão receber apenas 32 centavos para cada euro emprestado ao país

Uma comissão de investidores (bancos, seguradoras e fundos), representados pelo Instituto para Finanças Internacionais (IIF), chegou hoje à Atenas (Angelos Tzortzinis/AFP)
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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2012 às 11h08.

São Paulo – A Grécia e os credores privados iniciaram nesta quarta-feira mais uma rodada de discussões para definir o tamanho do perdão ( calote – como muitos definem ) que será assumido com o objetivo de ajudar o país a se recuperar da situação fiscal grave e garantir mais uma parcela da ajuda prometida pelo Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e União Europeia (UE).

Uma comissão de investidores (bancos, seguradoras e fundos), representados pelo Instituto para Finanças Internacionais (IIF), chegou hoje à Atenas para reiniciar as negociações paralisadas na sexta-feira. Até agora, especulava-se que os credores privados teriam que assumir uma perda de 50% no valor dos ativos que possuem, mas o perdão pode ser ainda maior. Segundo o gestor de um fundo que está no grupo, o percentual pode chegar a 68%.

Impasse

Ou seja, os investidores só receberão 32 centavos para cada euro emprestado ao país. Além disso. O percentual aumentou porque as projeções para a economia grega pioraram e a redução voluntária de 130 bilhões de euros pode não ser mais suficiente para diminuir o endividamento do país para 120% do PIB (Produto Interno Bruto) até 2020, como o exigido pela “troika” (FMI, BCE e a UE). A expectativa é de que o país tenha perdido 6% das suas riquezas em 2011. E isso com um desemprego de 18%.

Os títulos detidos pelos credores seriam trocados por outros com um pequeno pagamento em dinheiro. Aí está mais uma discussão, que é o juro a ser atribuído aos novos papéis. A imprensa grega especula que o governo pretende pagar uma taxa entre 4% a 5%, enquanto os investidores teriam reduzido as suas de exigências de 8% para 6%. Há ainda uma possível cláusula sobre um pagamento adicional no caso de a economia do país se recuperar melhor do que o previsto no período.


E se der errado?

O país tem pressa para resolver o problema. Afinal, em breve os membros do FMI e da EU também visitam a Grécia para verificar se os termos necessários para a liberação de uma nova parcela de 130 bilhões de euros estão sendo cumpridos. Atenas precisa de uma solução antes do pagamento de 14,6 bilhões de euros em títulos previsto para o dia 20 de março.

O primeiro ministro da Grécia, Lucas Papademos, declarou ao The New York Times, que um acordo está próximo. “As conversas não são simples, porque visam uma reestruturação voluntária da dívida pública, e para alcançar um grande número de objetivos simultaneamente, os objetivos envolvem trade-offs”, disse. “Levando em conta a complexidade, eu diria que estamos próximos de um acordo”.

O chefe do IIF, Josef Ackermann, que também é CEO do Deutsche Bank, disse ontem à noite em Frankfurt que espera uma solução, mas que não descarta a possibilidade de um fracasso. “Eu só posso dizer que as negociações estão em andamento”, afirmou Frank Vogl, um porta-voz do IIF à Bloomberg. “Não posso dizer se elas serão bem sucedidas”, completou.

Um calote desorganizado poderia trazer graves consequências para todo o sistema financeiro. “As preocupações sobre a solvência dos bancos da Grécia poderiam se tornar mais sistêmicos, e isso traria mais danos para o crescimento da zona do euro”, avalia Paul Donovan, economista global do UBS, em um relatório.

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Uma comissão de investidores (bancos, seguradoras e fundos), representados pelo Instituto para Finanças Internacionais (IIF), chegou hoje à Atenas para reiniciar as negociações paralisadas na sexta-feira. Até agora, especulava-se que os credores privados teriam que assumir uma perda de 50% no valor dos ativos que possuem, mas o perdão pode ser ainda maior. Segundo o gestor de um fundo que está no grupo, o percentual pode chegar a 68%.

Impasse

Ou seja, os investidores só receberão 32 centavos para cada euro emprestado ao país. Além disso. O percentual aumentou porque as projeções para a economia grega pioraram e a redução voluntária de 130 bilhões de euros pode não ser mais suficiente para diminuir o endividamento do país para 120% do PIB (Produto Interno Bruto) até 2020, como o exigido pela “troika” (FMI, BCE e a UE). A expectativa é de que o país tenha perdido 6% das suas riquezas em 2011. E isso com um desemprego de 18%.

Os títulos detidos pelos credores seriam trocados por outros com um pequeno pagamento em dinheiro. Aí está mais uma discussão, que é o juro a ser atribuído aos novos papéis. A imprensa grega especula que o governo pretende pagar uma taxa entre 4% a 5%, enquanto os investidores teriam reduzido as suas de exigências de 8% para 6%. Há ainda uma possível cláusula sobre um pagamento adicional no caso de a economia do país se recuperar melhor do que o previsto no período.


E se der errado?

O país tem pressa para resolver o problema. Afinal, em breve os membros do FMI e da EU também visitam a Grécia para verificar se os termos necessários para a liberação de uma nova parcela de 130 bilhões de euros estão sendo cumpridos. Atenas precisa de uma solução antes do pagamento de 14,6 bilhões de euros em títulos previsto para o dia 20 de março.

O primeiro ministro da Grécia, Lucas Papademos, declarou ao The New York Times, que um acordo está próximo. “As conversas não são simples, porque visam uma reestruturação voluntária da dívida pública, e para alcançar um grande número de objetivos simultaneamente, os objetivos envolvem trade-offs”, disse. “Levando em conta a complexidade, eu diria que estamos próximos de um acordo”.

O chefe do IIF, Josef Ackermann, que também é CEO do Deutsche Bank, disse ontem à noite em Frankfurt que espera uma solução, mas que não descarta a possibilidade de um fracasso. “Eu só posso dizer que as negociações estão em andamento”, afirmou Frank Vogl, um porta-voz do IIF à Bloomberg. “Não posso dizer se elas serão bem sucedidas”, completou.

Um calote desorganizado poderia trazer graves consequências para todo o sistema financeiro. “As preocupações sobre a solvência dos bancos da Grécia poderiam se tornar mais sistêmicos, e isso traria mais danos para o crescimento da zona do euro”, avalia Paul Donovan, economista global do UBS, em um relatório.

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