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Como investir nas maiores ações da bolsa com pouco dinheiro

Papéis fracionados permitem que o investidor tenha acesso às gigantes do Ibovespa a preços acessíveis

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

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Beatriz Quesada

Publicado em 27 de abril de 2022 às 07h00.

Última atualização em 27 de abril de 2022 às 14h56.

A ação preferencial da Petrobras (PETR4), uma das mais negociadas da bolsa brasileira, encerrou o último pregão negociada na casa dos R$ 30. Isso significa que qualquer investidor poderia adquirir sua fatia da petroleira por menos de R$ 50, certo? Não é bem assim.

A compra de ações na B3 é feita por meio de lotes de 100. Ou seja, o investidor que quiser comprar PETR4 pagaria, no mínimo, R$ 3 mil para adquirir um único lote. Existe, no entanto, um mecanismo para permitir a negociação de ações por preços mais acessíveis: é o chamado mercado fracionário.

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No mercado fracionário, o investidor consegue adquirir as ações fora do esquema de lotes, adquirindo unidades de 1 a 99. É possível, por exemplo, comprar uma única ação da Petrobras por R$ 30. Na hora de negociar, a diferença fica no código da ação, ou ticker. O fracionado contém uma letra “F”: PETR4F, que deve ser selecionada no momento da compra do papel.

Outro benefício em comprar ações fracionadas é a diversificação. “No mercado padrão, um investidor que tem R$ 3 mil e quer investir em Petrobras, teria que adquirir apenas ações da Petrobras. No mercado fracionário, é possível investir em mais de 10 empresas com o mesmo valor”, afirmou Reydson Matos, analista da Empiricus.

Com a exceção de Vale (VALE3F), que está sendo negociada na casa dos R$ 80, todas as maiores ações do Ibovespa podem ser adquiridas no mercado fracionário por menos de R$ 50.

O mercado fracionário também vale a pena para aquele investidor que ainda não tem muita experiência no mercado de ações e quer começar devagar. “É uma porta de entrada para o investidor pessoa física, principalmente para aqueles que preferem comprar algumas ações para sentir na pele a volatilidade antes de começar a investir mais dinheiro”, argumentou Matos.

Existem, no entanto, alguns riscos que devem ser levados em conta na hora de negociar no mercado fracionário. O primeiro deles é a taxa de corretagem cobrada pelas corretoras nas operações de compra e venda de ações. Algumas casas trabalham com corretagem zero, mas em outras é cobrado um valor que costuma variar dependendo da corretora. Existem ainda outras cobranças da B3, como os emolumentos e a taxa de liquidação – mas os valores são baixos, de 0,03% por operação.

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Outro ponto que pode atrapalhar as operações no mercado fracionário é a liquidez desses papéis, que costuma ser menor do que as do lote padrão. A título de comparação, a negociação de PETR4 movimentou em torno de R$ 48,6 milhões no pregão desta terça-feira, enquanto PETR4F movimentou cerca de R$ 2,3 milhões.

Matos ressalta, no entanto, que os riscos são bem menores para investidores que negociam as gigantes da bolsa, como Vale, Petrobras e os grandes bancos. O investidor deve ficar mais atento ao negociar papéis que, mesmo em lotes padrão, têm menor liquidez na bolsa, como as small caps. 

Vale lembrar ainda que o investidor pode ir adquirindo ações em unidades até chegar às 100 necessárias para um lote padrão. Neste caso, é possível negociar os papéis como um lote, ganhando mais liquidez. O inverso também é válido: um investidor que adquiriu um lote de ações pode escolher vender apenas uma fatia dos papéis. Para isso, basta usar o mercado fracionário.

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