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Com ‘pesca no mar fechado’, Nubank quase dobra receita e lucra US$ 142 mi no 1º tri

Receita subiu para US$ 1,6 bilhão, alta de 87%, com aceleração da originação de crédito

Nubank continuou acelerando a originação de crédito pessoal no primeiro trimestre (Nubank/Divulgação)
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 15 de maio de 2023 às 20h12.

Última atualização em 24 de maio de 2023 às 16h30.

O Nubank (NUBR33) teve um lucro líquido de US$ 141,8 milhões no primeiro trimestre deste ano – seu terceiro resultado consecutivo no azul. O resultado reverteu um prejuízo de US$ 45,1 milhões registrado no mesmo período do ano anterior, e ficou 144% acima dos US$ 58 milhões apurados no trimestre passado.

O resultado ficou acima do consenso das expectativas dos analistas, que esperavam um lucro de US$ 67 milhões.A rentabilidade do Nubank,medida pelo retorno sobre patrimônio líquido (ROE) , ficou em 11,4%. Considerando apenas a operação brasileira, a mais madura do negócio, o Nu entregou um ROE de 37%, próxim0 do patamar de 40% registrado no trimestre anterior.

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Já o lucro líquido ajustado, que exclui a remuneração via opções de ações, foi de US$ 182,4 milhões no primeiro trimestre, contra um lucro de US$ 10,1 milhões no mesmo período de 2022.

Receita em dobro

Os fatores que resultaram nesse número começam com a disparada da receita, que quase dobrou na comparação anual. O indicador chegou a US$ 1,6 bilhão, alta de 87% em base neutra de câmbio – mesmo em um ambiente mais desafiador com juros altos.

Isso foi possível porque a abordagem do Nubank para impulsionar a receita é oposta à dos bancões. Enquanto os grandes bancos estão mais conservadores na concessão de crédito, o Nubank acelerou a originação de crédito pessoal, como já vinha fazendo desde o trimestre passado. Os empréstimos cresceram 54%, para US$ 12,8 bilhões.

A estratégia é apostar no “mar fechado”, onde os novos clientes são “pescados” dentro da própria base do banco. Base essa que ganhou 4,5 milhões de clientes no primeiro trimestre de 2023, atingindo um total global de 79,1 milhões de clientes – alta anual de 33%.

“Temos quase 50% da população brasileira adulta como cliente, mas apenas 3% do mercado de empréstimo pessoal. Então conseguimos procurar o melhor tipo de cliente e crescer dentro desse banco [de clientes próprio]. Nos possibilita crescer em um ambiente de maior risco”, afirmou o CEO do Nubank, David Vélez, em entrevista à EXAME Invest.

A inadimplência acompanhou a tomada de risco e registrou alta em linha com as expectativas do Nubank. A inadimplência de 15 a 90 dias, usada como referência pela fintech, subiu de 3,7% para 4,4%. Já a inadimplência superior a 90 dias, a mais observada pela indústria, subiu de 5,2% para 5,5% na comparação trimestral.

Além da originação, o Nubank cresceu nos depósitos, que subiram 34% para US$ 15,8 bilhões. E ainda na vertente do crédito, outra força motriz é o cartão, primeiro produto criado pela fintech, que completou 10 anos na semana passada. “A carteira de cartão de crédito segue crescendo em um ritmo de cerca de 60% ao ano, e ganhamos marketshare de 0,5% no primeiro trimestre”, disse Guilherme Lago, CFO do NubankàEXAME Invest.

Um importante indicador observado pelo mercado, a ARPAC (receita média mensal por cliente ativo), atingiu US$ 8,6, crescendo 30% na base anual. Segundo o banco, o resultado é fruto do aumento do número de clientes ativos e que tem no Nubank seu relacionamento bancário principal. O Nubank tornou-se o relacionamento bancário principal  para mais de 57% dos clientes ativos mensais que estão com a empresa há mais de um ano.

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