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Remy Sharp
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Depois de dois trimestres de decepção com os resultados, o balanço do primeiro trimestre do Bradesco (BBDC4) mostrou um lucro líquido de R$ 4,3 bilhões, superando o consenso Bloomberg em 16%. Porém, o respiro não foi suficiente para esconder a fraqueza dos números por trás da última linha – especialmente no avanço da inadimplência.

O indicador bateu 5,1%, apresentando uma piora acima do esperado. O número ficou bem acima dos 3,2% registrados no mesmo período do ano passado, e também superou os 4,3% apurados no final do trimestre anterior. 

A grande vilã é a alta da taxa básica de juro, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano. Os juros altos pressionam, principalmente, os tomadores de crédito pessoa física e, no corporativo, as pequenas e médias empresas. Os dois segmentos foram os responsáveis pela escalada do indicador. A inadimplência de pessoas físicas subiu 0,8 ponto percentual, para 6,3%, enquanto a de micro, pequenas e médias empresas teve um aumento de 0,9 p.p., para 6,2%.

Para fazer frente às perdas esperadas, o Bradesco elevou as provisões para devedores duvidosos (PDD) em 96,8% na comparação anual, para R$ 9,5 bilhões – um número robusto, mas ainda abaixo do esperado por analistas. 

A expectativa era que o banco acompanhasse a escalada da inadimplência, subindo as provisões para ao menos R$ 10,5 bilhões. Não foi o que aconteceu, e o índice de cobertura caiu de 204% para 182%. 

A redução da cobertura traz um sinal da visão estratégica da administração do banco, que vê a inadimplência próxima de um ponto de inflexão. O Bradesco aponta que as novas safras de clientes estão com uma inadimplência menor, o que deve trazer o indicador para baixo a partir do segundo semestre deste ano.  

“É natural que o banco consuma as provisões que foram feitas ao longo do tempo no final de um ciclo de inadimplência mais alta. Os índices de cobertura do banco são bastante elevados e robustos, e vão se recuperando naturalmente com a recuperação da inadimplência ao longo do tempo”, afirmou o CEO do banco, Octavio de Lazari, em coletiva com jornalistas nesta sexta-feira, 5.

Lazari alertou, contudo, que o resultado do próximo trimestre deve continuar pressionado. A estratégia é manter o conservadorismo na concessão de crédito, buscando o equilíbrio entre fechar a torneira para conter as perdas sem prejudicar (além da conta) a rentabilidade futura, que perde força com a redução do crescimento do crédito. A rentabilidade do Bradesco medida pelo retorno sobre patrimônio líquido (ROE) subiu para 10,6%, mas ainda segue longe do patamar dos 18% que o banco apresentava no início do ano passado.

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