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Com decisão do Fed no radar, Estados Unidos divulgam inflação de 2022

Expectativa de alta menos intensa dos preços ao longo de 2022 pode levar Fed a ser menos agressivo em próxima decisão sobre a taxa de juros

Inflação: índice de preços ao consumidro americano poderá ditar ritmo menos intenso ao Fed (Leandro Fonseca/Site Exame)

Inflação: índice de preços ao consumidro americano poderá ditar ritmo menos intenso ao Fed (Leandro Fonseca/Site Exame)

Os Estados Unidos divulgam nesta quinta-feira, 12, o Consumer Price Index (CPI), índice que mede o tamanho da inflação americana, para 2022. A expectativa, fez com que as bolsas de valores em todo mundo negociassem em compasso de espera, com a perspectiva de que uma aceleração menos intensa dos preços ao consumidor também tire tração da alta dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Na Europa, com a ajuda de falas do Banco Central Europeu sobre o caminho da taxa de juros no continente, as principais bolsas subiram. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones subiu 0,80%, aos 33.973,01 pontos, o S&P 500 avançou 1,28%, aos 3.969,61 pontos e o Nasdaq fechou em alta de 1,76%, aos 10.931,67 pontos.

A projeção para o CPI de 2022 é de 6,5%, abaixo dos 7,1% acumulados em 12 meses até novembro, o que indicaria a desaceleração da inflação e daria espaço para uma decisão menos "agressiva" do Fed em fevereiro, quando será anunciada a taxa de juros.

Atualmente, a taxa de juros dos Estados Unidos está na faixa entre 4,25% e 4,5% ao ano. Nos últimos dias, a expectativa por uma alta um pouco mais branda nos juros ganhou mais força entre os agentes de mercado: 78,3% acreditam que a banda deve ficar entre 4,50% e 4,75% e apenas 21,7% apostam em 4,75% e 5%.

Há um mês, apenas 35,1% apostavam numa alta mais suave e 51% viam a taxa na faixa mais alta. Havia ainda 13,9% que viam a caneta do Fed pesando ainda mais e chegando a 5% e 5,25%, intervalo que deixou de ser considerado desde o começo do ano.

A visão foi especialmente influenciada nesta semana pelos dados do mercado de trabalho, divulgados na última sexta-feira, 6. Os números mostraram uma maior oferta de empregos, mas uma pressão menor que a esperada para os salários por hora trabalhada.

"A desaceleração do crescimento do emprego, o aumento da participação e os primeiros sinais de desaceleração dos salários sugerem que, no geral, a rigidez do mercado de trabalho está começando a diminuir. Isso pode oferecer ao Federal Reserve mais um argumento para desacelerar ainda mais o ritmo de seu próximo aumento da taxa de juros em 1º de fevereiro, além da queda da inflação e da atividade econômica", escreveu o economista do Julius Baer, David Alexander Meier.

O presidente do Fed, Jerome Powell falou na terça-feira sobre a importância da estabilidade dos preços num simpósio sobre bancos centrais independentes, em Estocolmo, na Suécia. Mas o discurso considerado discreto pelo mercado manteve os ponteiros das bolsas em alta.

Segundo o banco japonês Mizuho, os preços mais baixos da gasolina deverão manter o CPI praticamente estável no mês de dezembro, enquanto os preços que compõe os itens do núcleo do indicador devem crescer 0,3% na comparação com novembro. Para o banco, somado ao indicador do mercado de trabalho, esse recorte dos números de inflação deve sustentar a alta promovida pela Fed.

Os analistas do banco asiático também destacam que a temporada de balanços das empresas americanas pode pesar na decisão. A divulgação dos resultados do quarto trimestre começa nesta sexta-feira, 13, com os dados dos bancões. "Um foco nos balanços desta vez serão as margens em um cenário de política mais rígida do Fed. Se as empresas mantiverem as margens elevadas, é mais um motivo para o Fed continuar subindo as taxas", diz o comentário do banco.

 

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