Citi rebaixa Assaí e Carrefour para neutro em meio a ambiente mais competitivo no atacarejo
Banco vê crescimento em ritmo menos acelerado e geração de caixa pressionada, ao mesmo tempo em que juros mais altos devem fazer desalavancagem ficar mais lenta
Repórter Exame IN
Publicado em 25 de setembro de 2024 às 11h25.
Última atualização em 25 de setembro de 2024 às 14h48.
O ambiente competitivo mais acirrado e o ciclo de aperto monetário estão deixando o time do Citi menos otimista com o setor de atacarejo.
Em novo relatório, os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo rebaixaram as ações do Assaí e do Carrefour Brasil, dono do Atacadão, de compra para neutro.
"Embora ainda vejamos o modelo de atacarejo como o melhor no varejo alimentar, acreditamos que o cenário competitivo em mudança somado ao ciclo de aperto monetário pode limitar o potencial de valorização desses nomes, pelo menos por enquanto", escreveram.
Pelos cálculos da dupla, o papel do Assaí está sendo negociado a 12,6 vezes preço/lucro para 2025 e o do Carrefour Brasil, a 10,5 vezes. O banco cortou o preço-alvo de Assaí de R$ 12,50 para R$ 9,00 e o do Carrefour de R$ 13,00 para R$ 9,50.
De acordo com eles, as perspectivas estão mais baixas de crescimento, dado uma percepção de vendas por m² menor nas lojas mais maduras, que têm crescido abaixo da inflação de alimentos, refletindo provavelmente o cenário competitivo crescente.
Os analistas esperavam uma expansão de margem limitada, partindo do pressuposto de que qualquer eficiência de despesas operacionais seria repassada aos preços. Soares e Reboredo estimam uma margem Ebitda de longo prazo de 7,5% para Assaí e 7,0% para Carrefour Brasil.
Agora, porém, dizem eles, há um risco crescente de pior conversão de caixa no setor, à medida que os players adotam estratégias comerciais mais agressivas. Um exemplo é o parcelamento das vendas, adotado pelo Atacadão em setembro.
Além disso, a manutenção do juros em patameres mais elevados deve levar a um processo de desalavancagem mais gradual, pressionando o lucro das duas varejistas.