Logo Exame.com
Balanços

No 2º tri, Atacadão volta a brilhar e Carrefour revisa projeções de abertura de lojas e sinergias

Lucro ajustado ficou 5 vezes maior, a R$ 151 milhões; varejista passou a prever 28 lojas convertidas em 2024 e sinergias de R$ 3 bilhões ao fim do ano que vem

Carrefour:  grupo passou a prever R$ 3 bilhões de sinergias até o fim de 2025 (Carrefour/Divulgação)
Carrefour: grupo passou a prever R$ 3 bilhões de sinergias até o fim de 2025 (Carrefour/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

22 de julho de 2024 às 19:32

O jogo começou a virar no Carrefour Brasil. Depois de voltar ao azul no primeiro trimestre, no segundo trimestre a varejista viu o desempenho de seu principal negócio, o Atacadão, voltar a acelerar, permitindo projeções mais ambiciosas, enquanto a operação de varejo intensificou uma política mais competitiva de preços.

O grupo revisou a conversão de lojas de 12 para 20 novos atacarejos, incluindo, agora, 8 supermercados da bandeira Bom Preço, do Nordeste. No total, 20 lojas serão convertidas em Atacadão e outras 8 em Sam’s Club. Também elevou a estimativa de sinergias da aquisição do Grupo BIG – agora prevê R$ 3 bilhões até o fim de 2025, e não mais R$ 2 bilhões.

No segundo trimestre, o Carrefour Brasil reportou um lucro líquido de R$ 330 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 249 milhões do ano anterior. Considerando ajustes, especialmente pagamento de impostos e despesas financeiras, o lucro líquido foi de R$ 151 milhões no trimestre, um aumento de 412,5% na comparação anual. A receita total do grupo, incluindo vendas do varejo e números do banco, cresceu 7,8% para R$ 29,62 bilhões.

As cifras atenderam às estimativas de analistas e investidores, que já indicavam um momento melhor do grupo. Nesta segunda-feira, os papéis subiram 4,39%, com expectativa positiva em torno do balanço.

“Acertamos nosso parque de lojas e limpamos a casa, além de reduzir despesas administrativas e corporativas. Ainda vai melhorar o lucro líquido porque, a partir do terceiro trimestre, vai passar a ter efeito da renegociação da dívida, que reduziu as despesas financeiras”, afirma o CEO do Carrefour Brasil, Stephane Maquaire.

Carro-chefe dos negócios do grupo, o Atacadão, que vinha ficando atrás da concorrência em crescimento de vendas, voltou a ter um forte desempenho de vendas, especialmente com o aumento das vendas para o segmento B2B, como pequenos comerciantes e serviços, e mais receitas de serviços (açougue e padaria, por exemplo) no segmento B2C.

No trimestre, as vendas comparáveis do Atacadão cresceram 7,4%, acima da inflação e superando a concorrência, quando observados os números Nielsen, destaca o CFO do Carrefour, Eric Alencar. O Ebitda do Atacadão foi de R$ 1,2 bilhão, 22% acima do mesmo período de 2023, sendo o principal impulso para o Ebitda do grupo, que chegou a R$ 1,61 bilhão, 20,2% maior do que um ano antes.

O Sam’s Club, modelo de clube e o mais recente dentro dos negócios, também tem se mostrado uma boa herança da aquisição do BIG. Embora ainda pequeno, o negócio cresceu 16% em vendas, ou 2,5% em vendas comparáveis.

Já no varejo, divisão com desempenho mais pressionado, as vendas caíram 9% por causa dos fechamentos de lojas. No entanto, as vendas comparáveis ficaram 2,3% maiores, entrando no campo positivo pela primeira vez desde o segundo trimestre de 2023. Essa melhora nas vendas em mesmas lojas se deve à aposta do grupo em adotar uma política de preços mais agressiva, numa espécie de oferta de atacado para vendas de maior volume em cada item, afirmam os executivos.

“Estamos mais enxutos em custos e, por isso, podendo ser mais competitivos em preço”, diz Alencar. Foi essa combinação, diz ele, que deixou o grupo confortável para aumentar a projeção de sinergias da incorporação do BIG para R$ 3 bilhões ao fim de 2025. Até agora, R$ 2,3 bilhões já foram capturados.

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Continua após a publicidade
Na Tok & Stok, Carlyle tira fundadora do comando  – e família agora quer voltar ao controle

Na Tok & Stok, Carlyle tira fundadora do comando – e família agora quer voltar ao controle

Separada da Coty, Wella Brasil triplica crescimento e 'exporta' CEO

Separada da Coty, Wella Brasil triplica crescimento e 'exporta' CEO