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China acelera medidas econômicas contra impacto do coronavírus

Efeitos sobre países como Estados Unidos, Japão e Singapura começam a ficar mais claros enquanto número de infectados chega a 70 mil

Coronavírus: número de mortos chegou a 1,7 mil na China, com 2 mil novos casos comunicados neste domingo (16)

Coronavírus: número de mortos chegou a 1,7 mil na China, com 2 mil novos casos comunicados neste domingo (16)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2020 às 06h32.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2020 às 11h48.

Uma nova semana, e uma nova leva de preocupações sobre os impactos do coronavírus. O número de mortos chegou a 1.770 na China, com 70.000 pessoas infectadas. Apenas neste domingo foram comunicados 2 mil novos casos. O número de contágios pelo mundo se espalhou com a chegada de 14 americanos doentes num grupo de 300 turistas que estavam no navio Diamond Princess, ancorado no porto japonês de Yokohama. Outros países, como a Austrália, também planejam trazer passageiros do cruzeiro para casa.

Esta semana também deve deixar mais claro os impactos do coronavírus sobre a economia chinesa, sobre seus vizinhos, e sobre o comércio global. Também deve trazer novos capítulos da crescente pressão sobre o presidente chinês, Xi Jinping, e suas criticadas respostas à epidemia. Segundo a agência Xinhua, o partido comunista chinês estuda adiar seu congresso anual, marcado para a segunda-feira 24. O governo de Pequim anunciou, na sexta-feira, que qualquer visitante à cidade deve ficar 14 dias de quarentena.

Um levantamento da Amcham, a câmara americana de comércio, revelou que de 109 companhias do país com fábrica na China 78% sofrem com falta de pessoal. Outras 48% dizem que o fechamento de unidades já afetou sua cadeia global de fornecedores.

O governo da Singapura, país com mais vítimas fora da China, 75, revisou a previsão de crescimento do PIB de 2020 de um intervalo de 0,5% e 2,5% para -0,5% e 1,5%. Em economias já fragilizadas, como a japonesa, os efeitos do coronavírus podem ser ainda mais sentidos. O Japão anunciou nesta segunda-feira um recuo de 6,3% no PIB do último trimestre, e deve ter um novo desempenho sofrível no início de 2020 — segundo a agência Reuters, a epemia pode pesar em pelo menos 0,2 ponto percentual.

O governo chinês, por sua vez, tem ampliado a atuação no mercado para impulsionar uma recuperação rápida — ou, ao menos, para que a situação pare de piorar. O banco central anunciou nesta segunda-feira cortes nas taxas de médio prazo. Na sexta-feira o país havia anunciado 76,9 bilhões de dólares em crédito extra.

As medidas deram novo ânimo às bolsas chinesas. Xangai subiu 2,3% nesta segunda-feira, enquanto Hong Kong avançou 0,58%. No Brasil, vale lembrar, o Ibovespa fechou a semana passada em queda de 1,11%, com 114.380 pontos. Pesou, além dos impactos do coronavírus, os dados ruins para a economia em dezembro, com retração de 0,27%. A expectativa já era de um cenário global ruim em 2020 — e a epidemia apenas piorou o quadro. Para crescer mais de 2%, como espera o Ministério da Economia, o país tem que se ajudar.

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