Céu azul das siderúrgicas: embaladas por balanços, ações vão às máximas
Perto de quebrar um novo recorde na Bolsa, os papéis da Gerdau disparam 7% nesta sessão e lideram os ganhos do Ibovespa após resultado forte do primeiro trimestre
Paula Barra
Publicado em 5 de maio de 2021 às 13h36.
Última atualização em 5 de maio de 2021 às 13h39.
Impulsionadas pelo balanço da Gerdau (GGBR4), que viu seu lucro crescer mais de 1.000% no primeiro trimestre, na comparação com o ano anterior, as ações das siderúrgicas sobem em bloco no pregão desta quarta-feira, 5. O resultado da companhia, que veio bem acima do consenso do mercado e marcando um recorde histórico para a empresa, foi puxado pela alta dos preços do aço e commodities metálicas.
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Em reação aos números, os papéis da Gerdau lideravam os ganhos do Ibovespa nesta sessão, com valorização de 7,1%, cotadas em 34,97 reais, seguidos por Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e Usiminas (USIM5) com altas de 6,3% e 4,5%, respectivamente. Um pouco atrás, CSN (CSNA3) avançava 3,3%.
O movimento colocava as ações da Gerdau perto de quebrar um novo recorde na Bolsa (atingido no dia 29 de abril, quando tocou 35,01 reais), assim como CSN (que atingiu sua máxima histórica no mesmo dia). A Metalúrgica Gerdau negocia no maior patamar desde julho de 2014, enquanto Usiminas, desde agosto de 2010.
Segundo os analistas do BTG Pactual, o resultado de Gerdau veio "muito forte, bem acima das expectativas", enquanto o endividamento, medido pela dívida líquida sobre a geração operacional de caixa da empresa (dívida líquida/Ebitda), está em um patamar baixo, inferior a uma vez e deve cair ainda mais, para perto de 0,5 vez, nos próximos meses. O banco reforçou a ação como sua favorita no setor, reiterando recomendação de compra.
O Credit Suisse, que também ressaltou que o balanço veio forte, disse ainda que acredita que "aumentos adicionais nos preços do aço podem continuar a ocorrer nos próximos meses", o que deve ajudar a Gerdau a manter um nível saudável de lucratividade e custos mais altos de matéria-prima.
O reajuste viria depois de um aumento de 15% no preço do aço com validade para maio, conforme informou o Bradesco BBI no fim do mês passado, citando que obteve a informação através de seus canais de checagem, e na sequência de uma série de altas recentes (de 10% a 15% em janeiro, de 10% em fevereiro, e de 10% a 15% em abril).
Nesta manhã, a Gerdau reportou lucro líquido de 2,471 bilhões de reais para o primeiro trimestre, um salto em relação ao resultado positivo de 221 milhões de reais um ano antes. A receita líquida somou 16,3 bilhões de reais, alta de 77% ante o mesmo período de 2020, ajudada pela apreciação do dólar frente ao real, que impactou positivamente as receitas das operações da companhia na América do Norte.
Céu azul para o setor
No mês passado, as ações da Usiminas e CSN encerraram como a terceira e quarta maior alta do Ibovespa, com ganhos perto de 30%. O otimismo veio também após bons resultados das duas empresas.
A Usiminas reportou um Ebitda recorde no primeiro trimestre de 2,4 bilhões de reais, aumento de 325% em relação ao mesmo período de 2020, enquanto a CSN teve lucro de 5,7 bilhões de reais, revertendo um prejuízo de 1,3 bilhão de reais na mesma base de comparação.
Após os números, o Bradesco BBI elevou o preço-alvo das ações da Usiminas de R$ 22,00 para R$ 32,00, vendo um potencial de ganhos de 40% frente ao patamar atual, assim como reiterou compra. Na mesma linha, o Bank of America reiterou recomendação de compra e elevou o preço-alvo dos papéis de R$ 26,00 para R$ 30,00. A instituição disse ainda que espera que as ações da companhia entrem na próxima revisão semi-anual do índice MSCI Brazil, que ocorre dia 11 de maio.
O BofA também elevou o preço-alvo de CSN, passando de R$ 53,00 para R$ 57,00, dando um potencial de alta de 14%, além de ter reiterado recomendação de compra.
O dia positivo para o minério de ferro também contribui para o bom humor do setor hoje. A commodity negociada no porto chinês de Qingdao fechou em alta de 1,95%, cotada em 192,54 dólares a tonelada.