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Casas Bahia (BHIA3) e Magalu (MGLU3) saltam 9% e lideram altas com expectativa de queda de juros

Copom sinalizou em comunicado da quarta-feira que manterá o ritmo de corte de juros nas próximas reuniões

Painel com cotações na B3, a bolsa brasileira (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 3 de novembro de 2023 às 11h40.

Última atualização em 3 de novembro de 2023 às 11h42.

As ações de varejistas lideram as altas do Ibovespa nesta sexta-feira, 3, em reação às perspectivas de juros mais baixos. As maiores valorizações são de Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3), que sobem perto de 9% neste pregão. O Índice de Consumo da B3 sobe mais de 3%, superando a alta do Ibovespa, perto de 2%.

Entre os catalisadores do bom humor estão a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) da última quarta-feira, 3, e as perspectivas de que o Federal Reserve seja mais brando nos Estados Unidos.

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Na noite de quarta, antes do feriado, o Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou a queda da Selic para 12,25% e sinalizou que irá manter o ritmo de cortes em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.

"O destaque do comunicado do Copom foi a continuação do uso do plural nas sinalizações dos próximos cortes. O contexto, desde a última reunião, era de precificação da possibilidade de redução do ritmo de corte pela curva de juros", comentou em nota Alexandre Lohmann, economista-chefe da Constância Investimentos.

O Copom, em comunicado da quarta, chegou a citar riscos atrelados ao cenário "externo adverso". Mas esse cenário, ao menos na margem, tem melhorado nos últimos dias. Após sinalizações do Federal Reserve encaradas como "dovish" na quarta-feira, 1, nesta sexta, os dados do mercado de trabalho americano injetaram doses de otimismo no mercado.

Os números divulgados pelo Departamento de Estatísticas Trabalhistas dos EUA revelaram uma alta da taxa de desemprego americana para 3,9% em outubro. O consenso era de manutenção do patamar anterior de 3,8%.  Sinais de desaquecimento da economia americana também surgiram no payroll desta sexta, que revelou a criação de 150.000 empregos urbanos em outubro. A expectativa era de 180.000 empregos. Os números do mês anterior ainda foram revisados para baixo, de 336.000 para 298.000.

O desaquecimento do mercado trabalho dos Estados Unidos aumenta as expectativas de que o Federal Reserve seja mais brando na condução da política monetária dos Estados Unidos. Essa melhora de perspectiva ocorre poucos dias após o rendimento do título de 10 anos do Tesouro americano bater máxima em 16 anos, elevando as preocupações de o Fed manter os juros altos por um período prolongado. Isso, segundo especialistas do mercado, poderia limitar o ciclo de queda da Selic pelo Copom. Mas os números desta sexta apontam para uma outra direção.

Payroll alimenta expectativa por Fed mais brando

"O mercado de trabalho traz dados bem negativos, fechando a conclusão de que o Fed não subirá mais o juro, e ampliando consigo a probabilidade de cenários nos quais o início do ciclo baixista se dará em meados do verão norte-americano", escreveu em nota Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

A perspectiva de um Fed mais brando se reflete especialmente nas curvas de juros dos Estados Unidos, que passaram a precificar menos de 10% de chance de o Fed subir juros em dezembro. Na véspera, antes dos dados do payroll, essa probabilidade era precificada me 20%, segundo dados do monitor do CME Group. Já o rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos caem mais de 3% para próximo de 4,51%. Em outubro, tal rendimento chegou a 5%..

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