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Captações de dívida de empresas latinas no exterior já somam o triplo de 2023

Na tradicional janela de início de ano, companhias brasileiras chegam depois das pares locais (especialmente mexicanas)

Janeiro aquecido: expectativa é de que emissões de dívida voltem para patamar pré-2023 (Getty Images/Getty Images)
Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 31 de janeiro de 2024 às 14h39.

O ano começou agitado para as emissões de dívida nos Estados Unidos, depois de um 2023 fraco. As empresas brasileiras Cosan, 3R, Ambipar e FS Bio que o digam. Com emissões na casa dos US$ 500 milhões, as companhias chegaram depois das pares latino-americanas -- como as mexicanas, por exemplo -- mas ainda com tempo de sobra para conseguir captar com juros atrativos e alta demanda.

A mensagem geral não poderia ser mais clara: depois de um ano fraco para emissões de dívida nos EUA, elas voltaram com tudo. Olhando para a América Latina inteira,o volume de emissões na primeira janela do ano foi de US$ 28,3 bilhões, ante US$ 9,7 bilhões no mesmo período do ano anterior.

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A média de emissões brasileiras nos Estados Unidos é de cerca de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões por ano. Em 2023, refletindo ainda o ambiente de juros altos, essa cifra ficou em torno de US$ 18 bilhões. "Para 2024, a expectativa é que o Brasil retome seus volumes normais ou até supere esse patamar", diz Rafael Garcia, head de DCM do Bradesco BBI.

No início de 2024,as emissões soberanas puxaram a fila e abriram a janela com uma emissão de US$ 4,5 bilhões em novos títulos em dólares de 10 e 30 anos. Em seguida, veio a Cosan, com outros US$ 500 milhões, seguida por 3R, na mesma faixa. Por fim, vieram Ambipar e FS, que somaram outros US$ 1,25 bilhão em bônus 'verdes'.

Uma série de fatores ajuda a explicar o otimismo depois de um ano complicado como 2023 -- em que a perspectiva de alta de juros ainda era predominante.

Neste início de ano, além de o Brasil soberano ter aberto a janela (algo que ajuda os emissores privados que vêm na fila), o cenário macro dos Estados Unidos também ajudou, com um cenário de compressão de taxas.

“O spread soberano brasileiro, medido pelo CDS, hoje negocia em torno de 130 pontos-base, um patamar muito baixo que possibilita às empresas emitirem lá fora de maneira atrativa mesmo com o patamar dos juros americanos elevados”, aponta um gestor.

Nas novas emissões, mesmo com papéis muito demandados, o prêmio ainda compensou, na comparação com o mercado secundário local.

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