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CÂMBIO-Mercado descola de exterior e dólar cai por ingressos

Por José de Castro SÃO PAULO, 20 de dezembro (Reuters) - Destoando do mercado externo, o dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira, quebrando uma sequência de três altas por ingressos pontuais de recursos, em meio a um volume de negócios já afetado pela aproximação do final do ano. A moeda norte-americana caiu […]

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2010 às 15h43.

Por José de Castro

SÃO PAULO, 20 de dezembro (Reuters) - Destoando do mercado
externo, o dólar fechou em queda ante o real nesta
segunda-feira, quebrando uma sequência de três altas por
ingressos pontuais de recursos, em meio a um volume de negócios
já afetado pela aproximação do final do ano.

A moeda norte-americana caiu 0,41 por cento, a 1,708
real na venda. Em dezembro, a cotação acumula baixa de 0,35 por
cento, enquanto que no ano a desvalorização é de 2,01 por
cento.

"Está tendo um pouco mais de entradas de divisas, e isso
está respondendo por essa queda do dólar", afirmou Jorge
Knauer, diretor de tesouraria do Banco Prosper. "O fato é que
com esse dia fraco de volume no mercado, qualquer volume de
entradas, por menor que seja, é suficiente para levar o dólar
para baixo.".

De acordo com dados parciais da clearing (câmara de
compensação) da BM&FBovespa, até o fechamento das operações
locais haviam sido negociados cerca de 2,4 bilhões de dólares.

Para efeito comparativo, o giro na última segunda-feira
chegou a cerca de 4,5 bilhões de dólares, ao passo que a média
do mês soma em torno de 3,1 bilhões de dólares.

O mercado local destoava do movimento no segmento global de
moedas, em que o dólar ganhava terreno ante uma cesta de
divisas , amparado principalmente por mais um dia de
depreciação do euro.

A moeda única europeia caiu abaixo da média móvel de
200 dias ante a norte-americana e atingia as mínimas históricas
frente ao franco suíço e ao dólar australiano
, ainda pressionada por temores com uma crise de
dívida no velho continente.

No mais recente revés aos esforços de autoridades europeias
para conter os problemas na região, a Moody's disse nesta
segunda-feira que pode cortar os ratings de alguns bancos
espanhois. A ameaça vem após a agência de classificação de
risco rebaixar na sexta-feira a nota de crédito da Irlanda.

Não bastassem tais problemas, investidores especulam que
instituições bancárias da França e Bélgica possam ser os
próximos alvos.

"Achamos que o euro está numa posição vulnerável, o que
pode trazer alguns riscos para as moedas da América Latina em
2011", escreveram os estrategistas de câmbio do BNP Paribas, em
relatório.

Os profissionais consideraram também que a recente série de
altas do dólar frente ao real inspira atenção dos
investidores.

"Na América Latina, o real foi a moeda que mais se
desvalorizou na sexta-feira. Com o ambiente externo ainda
relativamente incerto, o real continua do lado mais fraco",
avaliaram.

"Fechamos nossa exposição comprada em real (aposta em alta
ante dólar) e vamos esperar que a cotação alcance qualquer um
dos extremos da recente faixa de oscilação (1,68 real-1,73
real) para abrir posições táticas."

Na sexta-feira, o dólar subiu 0,76 por cento, marcando a
terceira valorização diária consecutiva. No período, a cotação
acumulou ganho de 1,2 por cento.

(Edição de Nathália Ferreira)

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