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BTG vê queda em vendas de construtoras, aponta oportunidades

Relatório aponta para o cenário macroeconômico desafiador, que deve reduzir a demanda e a velocidade de vendas e provocar um aumento do estoque de unidades

Prédio em construção: preços dos imóveis já subiram e taxas de juros também estão mais altas (Germano Lüders/Exame)
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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2014 às 10h33.

São Paulo - Em relatório enviado aos clientes, o BTG Pactual fez uma reavaliação do setor de construtoras. Assinado pelos analistas Marcello Milman e Gustavo Cabauva, o relatório aponta para o cenário macroeconômico desafiador, que deve reduzir a demanda e a velocidade de vendas e provocar um aumento do estoque de unidades, como principal fator para definir o desempenho das empresas neste ano e no próximo.

Os preços dos imóveis já subiram, não estão tão atrativos para os compradores, e as taxas de juros dos empréstimos imobiliários também estão mais altas, acompanhando a taxa básica Selic. Além disso, há os efeitos do desaquecimento da economia, com a renda disponível estabilizada e queda na confiança dos consumidores.

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Lançamentos caem

O número de lançamentos deve diminuir, também sob influência do calendário mais apertado pelo carnaval mais tarde, Copa do Mundo e eleições. A estimativa é de uma queda total de 14% no valor financeiros dos lançamentos este ano e de 13% em 2015. O banco estima uma queda nos lançamentos de 36% no caso da Helbor, 32% na Tecnisa e 29% na Direcional.

Por isso, o banco cortou a projeção de vendas contratadas médias do setor em 20% para este ano e 16% para o ano que vem, o que provocará uma forte queda nos lucros por ação de todas as 11 companhias que ele acompanha. A estimativa é de uma redução no lucro por ação de 21% este ano para MRV, de 63% para a Gafisa, 32% para Tecnisa, 9% para Even, 19% para EZTec, 17% para Helbor e 23% para Direcional.

Melhores oportunidades

As melhores oportunidades no setor, segundo o BTG, são Direcional e Even, não apenas em relação às demais empresas, mas de maneira independente. Já entre as grandes empresas mais líquidas, a preferência é pela MRV.

Apesar de um segundo trimestre fraco, a Direcional deverá ter uma forte geração de caixa livre, mais de 15%, ampliando seus dividendos. Para a Even, o BTG observa que o preço da ação está atrativo, representando menos de seis vezes o lucro projetado para este ano, ao mesmo tempo em que as operações da empresa permanecem sólidas e termos de margens e fluxo de caixa.

O BTG recomenda compra para MRV com preço justo de R$ 10,00, para Direcional, com preço de R$ 15,00 e Even, com preço justo de R$ 9,00. Também com recomendação de compra aparecem Tecnisa, com preço justo de R$ 9,00, EZTec, com preço justo de R$ 28,00 e Helbor, a R$ 8,00.

Com recomendação neutra estão Cyrela, preço justo de R$ 16,00, PDG Realty, preço justo de R$ 1,80, Gafisa, preço justo de R$ 4,40 e Rossi Residencial, preço justo de R$ 2,20.

Resultados do segundo trimestre

Para o segundo trimestre deste ano, o BTG estima uma melhora na maioria das empresas em termos de lucro por ação em relação ao primeiro trimestre do ano. Já em relação ao segundo trimestre do ano passado, a expectativa é de queda. Para Cyrela, a queda prevista é de 1%. Direcional deve ter redução de 7%, EZTEc, de 15%, Even de 20%, MRV, de 23% e Helbor, de 30%. Já Tecnisa é a única que terá aumento, de 8% no lucro por ação. O banco não fez estimativas para PDG, Gafisa e Rossi Residencial.

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