BTG planeja lançar conta corrente para pessoa jurídica até início de 2022
Para acelerar crescimento na área de pequenas e médias empresas, o banco pode buscar por aquisições de médio porte, especialmente visando integração de sistemas
Paula Barra
Publicado em 11 de maio de 2021 às 17h34.
Última atualização em 11 de maio de 2021 às 17h38.
O BTG Pactual (BPAC11) planeja acelerar o crescimento da sua plataforma BTG+ Business, voltada para pequenas e médias empresas, nos próximos meses. Até o início do ano que vem, o banco, que acaba de divulgar um lucro de 1,2 bilhão de reais no primeiro trimestre de 2021, avanço de 52% na comparação com o mesmo período de 2020, espera lançar uma conta corrente para pessoa jurídica - indo na mesma direção com o que já é feito atualmente no BTG+, voltado para pessoas físicas.
"Hoje, já temos uma forte atividade com empréstimos para pequenas e médias empresas. Só nessa linha, temos 10,5 bilhões de reais em ativos de crédito. Para esses clientes, vamos lançar a conta corrente, com o objetivo de acelerar ainda mais a atração e crescimento desse negócio", afirmou João Dantas, diretor financeiro do BTG Pactual, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 11.
Uma das apostas do banco para os próximos trimestres, Dantas disse que essa área pode ter o benefício de aquisições para acelerar o crescimento, especialmente no que refere-se a integrações de sistemas. "Queremos construir uma plataforma completa para pequenas e médias empresas, com serviço de tesouraria e que integre diferentes sistemas e provedores de serviços", comentou o executivo.
"Nossa ideia é que existem oportunidades de aquisições de médio porte que podem ser interessantes para fazermos, para irmos nos consolidando em certas áreas, como em pequenas e médias empresas, que vemos avançar bastante", disse.
Outro segmento que o banco vê com bons olhos para possíveis aquisições ou parcerias é em serviços para pessoa física, apontou Dantas. "Criamos um ecossistema para pessoa física em que é possível ter conta corrente, investir e tomar crédito. E esse ambiente pode se ligar a outros serviços, como em um aplicativo que ajuda o investidor a gerenciar a folha de pagamentos da sua família".
Com a necessidade de sofisticação dos produtos de investimento, diante das taxas de juros em patamares baixos, Dantas comentou também que o banco avalia oportunidades de aquisições dentro da área de asset management. "Há assets nichadas que podem nos dar acesso a originação de ativos de diferentes tipos. Parcerias ou aquisições nessa linha podem fazer sentido".
Dantas reforça, no entanto, que o objetivo não é crescer a todo custo, mas de forma saudável. "Nosso mantra é continuidade e é nessa direção que estamos indo. O resultado do primeiro trimestre mostrou isso".
Questionado sobre uma possível cisão da operação de varejo do banco, o executivo afirmou que o BTG não tem nenhuma intenção nesse sentido. "Estamos muito felizes com nossa operação integrada".
Esse é um dos fatores que tem permitido o banco seguir em forte expansão, ao mesmo tempo em que mantém elevada rentabilidade. "No último trimestre, todas as áreas se destacaram, contribuindo uma para o desempenho da outra. Wealth management, por exemplo, cresceu 74% e puxou junto o crescimento da asset, e por aí vai", comentou.