BTG Pactual vê rali de 22% e Ibovespa a 130 mil pontos em 2021
O otimismo se deve a expectativa de uma recuperação nos resultados corporativos e de retorno dos investidores estrangeiros
Bloomberg
Publicado em 20 de novembro de 2020 às 11h32.
Última atualização em 23 de novembro de 2020 às 01h10.
(Bloomberg)Um dos executivos focados em ações mais conhecidos da América Latina está otimista com a bolsa brasileira diante da expectativa de uma recuperação nos resultados corporativos e de retorno dos investidores estrangeiros.
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“Ainda há espaço para o Brasil se recuperar”, disse Will Landers, chefe de ações para a região da BTG Pactual Asset Management, em entrevista na quinta-feira.
Landers, que trabalhou por 17 anos na BlackRock antes de ingressar na gestora do BTG, disse que o Ibovespa pode chegar a 130.000 pontos no ano que vem, um potencial de alta de cerca de 22% em relação aos níveis atuais. Ele gosta de empresas como a Petrobras e varejistas de comércio eletrônico, e reduziu um “underweight” relevante nos bancos do país. Casas como o Credit Suisse sinalizaram que as provisões podem já ter atingido o pico.
“O que os governos fizeram para manter liquidez com pequenos e médios empreendedores têm tido impacto positivo na qualidade das carteiras, enquanto a ameaça das fintechs não está pegando muito os grandes bancos no momento”, disse ele.
Sentimento positivo
As ações brasileiras, que caíram cerca de 8% neste ano, receberam entrada de capital estrangeiro de quase 5 bilhões de dólares desde o início do mês em meio ao aumento do apetite por ativos mais arriscados após a eleição nos EUA.
É uma mudança de rumo para os investidores externos, que retiraram uma enorme quantidade de dinheiro do país quando este se tornou um epicentro do coronavírus, forçando o governo a deixar de lado sua agenda de responsabilidade fiscal, o que por sua vez aprofundou a queda da moeda. No acumulado do ano, o número ainda está negativo em mais de 11 bilhões de dólares, desconsiderando a entrada via ofertas de ações.
A continuidade dos desenvolvimentos positivos de vacinas e a perspectiva de um dólar mais fraco globalmente podem levar o Brasil a reduzir o desconto em relação aos seus pares emergentes.
De acordo com Landers, alguns de seus clientes mais tradicionais - desde fundos de pensão chilenos a fundos soberanos no Oriente Médio - têm demonstrado interesse crescente pela história do Brasil.
“Foi difícil vender o tema América Latina para investidores estrangeiros, mas isso está começando a mudar”, disse ele.