Brasileiros têm R$ 5,5 tri investidos, puxados por alta renda
Os investimentos totais de clientes de varejo de alta renda aumentaram 12,3% nos primeiros nove meses do ano, em relação ao final de 2022
Agência de notícias
Publicado em 17 de novembro de 2023 às 11h54.
Os brasileiros tinham um volume recorde de R$ 5,5 trilhões em investimentos financeiros no país ao final do terceiro trimestre, com crescimento maior no segmento de varejo para clientes de alta renda.
No varejo como um todo, cerca de R$ 3,5 trilhões estavam aplicados em mais de 148 milhões de contas, enquanto o private banking tinha R$ 2 trilhões sob gestão em 155.300 contas, segundo relatório da Anbima.
Os investimentos totais de clientes de varejo de alta renda aumentaram 12,3% nos primeiros nove meses do ano, em relação ao final de 2022, segundo Luciane Effting, vice-presidente de distribuição de investimentos da Anbima. O segmento de private banking cresceu 8,5% no período, e o varejo tradicional teve expansão de 8,7%. Embora não haja um teto para o varejo de alta renda, o private banking no Brasil geralmente está disponível para quem tem cerca de R$ 3 milhões ou mais, disse ela.
Os números corroboram a decisão de mais de 30 empresas de começarem a oferecer serviços independentes de gestão de patrimônio no primeiro semestre do ano, com assessoria em alocações de investimentos, bem como planejamento fiscal e sucessório. O crescimento ocorreu em um momento em que a onda de novos fundos multimercado estagnou em um ambiente de juros elevadas.
“Você pode observar novas casas, novos distribuidores, olhando para segmentos de alta renda, que é onde tem consumo de investimentos mais expressivos e margens mais expressivas”, disse Effting. “É um nicho já bastante estabelecido e esse segmento de alta renda, que era até então focado por grandes bancos, agora a gente vê vários players atuando também nesse segmento.”
Em geral, os brasileiros cada vez mais optam por aplicar seu dinheiro em produtos isentos de impostos, como títulos e fundos de crédito agrícola ou imobiliário, segundo o relatório. Esse segmento cresceu 28% no período.
Os recursos aplicados tanto em Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) quanto em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) expandiram mais de 37% nos primeiros nove meses do ano, mostram os dados.
“É um produto que reúne rentabilidade, segurança e liquidez”, disse Effting. “Em um momento de juros altos, esse produto acaba se destacando bastante.”
Em termos regionais, o Centro-Oeste foi o que mais teve crescimento de investimentos nos nove primeiros meses do ano, de 12,4%, seguido pelo Nordeste, com 10,2%. Mas o Sudeste tem a maior fatia, com R$ 3,7 trilhões do total.