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Brasil vende US$1 bi em bônus com menor taxa histórica

A operação foi marcada pela forte demanda, e o rendimento foi o menor já pago pelo país em papéis com prazo de 30 anos

De acordo com o Tesouro, o rendimento dos bônus ficou em 4,694 por cento, com spread de 1,60 ponto percentual sobre os Treasuries norte-americanos comparáveis (Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2011 às 17h36.

Brasília - O Brasil captou nesta sexta-feira 1 bilhão de dólares por meio da emissão de Bônus Global 2041, numa operação marcada pela forte demanda. Tanto que o rendimento foi o menor já pago pelo país em papéis com prazo de 30 anos. A estratégia do governo foi mostrar que o Brasil está forte mesmo com a crise internacional.

De acordo com o Tesouro, o rendimento dos bônus ficou em 4,694 por cento, com spread de 1,60 ponto percentual sobre os Treasuries norte-americanos comparáveis. A emissão foi liderada pelos bancos Barclays Capital e Bank of America Merrill Lynch, tendo como co-líder a BB Securities. A liquidação financeira ocorrerá no próximo dia 10.

De início, o Tesouro anunciou que faria uma oferta externa de 500 milhões de dólares em bônus com vencimento em 2041, mas devido à demanda elevada acabou ampliando a operação para 1 bilhão de dólares. Segundo uma fonte envolvida na operação, a procura pelos papéis brasileiros chegou a 6 bilhões de dólares.

"Ficamos bastante satisfeitos com a demanda, que superou as nossas expectativas", afirmou outra fonte. "A taxa (de rendimento) é uma demonstração de que os fundamentos do Brasil estão muito sólidos." A taxa veio em linha com a previsão do governo, que esperava pagar um rendimento inferior a 5 por cento. A intenção do Tesouro, segundo um fonte próxima à operação, é retirar distorções e melhorar a curva de taxa de juros em dólar, além de mostrar que o apetite por papéis brasileiros está alto.


O governo espera também que emissões no exterior deem às empresas confiança para retornar ao mercado para fazer captações, como afirmou recentemente à Reuters o secretário do Tesouro, Arno Augustin.

Uma das fontes ouvidas pela Reuters disse ainda que a elevação da oferta refletiu o momento adequado. "A demanda foi muito boa, assim como as condições de mercado", disse, lembrando que, quando há mais aversão a riscos no mercado acionário, os investidores tendem a procurar renda fixa.

Nesta sexta-feira, as bolsas de valores mundiais viviam um dia de baixa, devido à crise europeia, com o euro em queda.

O estrategista-chefe da WestLB, Luciano Rostagno, questionou o momento da emissão, mas avaliou que o objetivo do governo é testar o mercado. "Parece que o governo viu que é hora de testar o mercado e ver se percepção de risco do Brasil está sendo afetado", emendou ele, antes do resultado final ser conhecido.

O analista da IdeaGlobal Enrique Alvarez, em Nova York, afirmou que a turbulência afeta apenas papéis europeus. Por exemplo, o bônus italiano de 30 anos ofereceu rendimento de 6,952 por cento.

"Existia e continua existindo um apetite muito claro para tudo o que vem com o carimbo da América Latina em dívida soberana", disse.

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Brasília - O Brasil captou nesta sexta-feira 1 bilhão de dólares por meio da emissão de Bônus Global 2041, numa operação marcada pela forte demanda. Tanto que o rendimento foi o menor já pago pelo país em papéis com prazo de 30 anos. A estratégia do governo foi mostrar que o Brasil está forte mesmo com a crise internacional.

De acordo com o Tesouro, o rendimento dos bônus ficou em 4,694 por cento, com spread de 1,60 ponto percentual sobre os Treasuries norte-americanos comparáveis. A emissão foi liderada pelos bancos Barclays Capital e Bank of America Merrill Lynch, tendo como co-líder a BB Securities. A liquidação financeira ocorrerá no próximo dia 10.

De início, o Tesouro anunciou que faria uma oferta externa de 500 milhões de dólares em bônus com vencimento em 2041, mas devido à demanda elevada acabou ampliando a operação para 1 bilhão de dólares. Segundo uma fonte envolvida na operação, a procura pelos papéis brasileiros chegou a 6 bilhões de dólares.

"Ficamos bastante satisfeitos com a demanda, que superou as nossas expectativas", afirmou outra fonte. "A taxa (de rendimento) é uma demonstração de que os fundamentos do Brasil estão muito sólidos." A taxa veio em linha com a previsão do governo, que esperava pagar um rendimento inferior a 5 por cento. A intenção do Tesouro, segundo um fonte próxima à operação, é retirar distorções e melhorar a curva de taxa de juros em dólar, além de mostrar que o apetite por papéis brasileiros está alto.


O governo espera também que emissões no exterior deem às empresas confiança para retornar ao mercado para fazer captações, como afirmou recentemente à Reuters o secretário do Tesouro, Arno Augustin.

Uma das fontes ouvidas pela Reuters disse ainda que a elevação da oferta refletiu o momento adequado. "A demanda foi muito boa, assim como as condições de mercado", disse, lembrando que, quando há mais aversão a riscos no mercado acionário, os investidores tendem a procurar renda fixa.

Nesta sexta-feira, as bolsas de valores mundiais viviam um dia de baixa, devido à crise europeia, com o euro em queda.

O estrategista-chefe da WestLB, Luciano Rostagno, questionou o momento da emissão, mas avaliou que o objetivo do governo é testar o mercado. "Parece que o governo viu que é hora de testar o mercado e ver se percepção de risco do Brasil está sendo afetado", emendou ele, antes do resultado final ser conhecido.

O analista da IdeaGlobal Enrique Alvarez, em Nova York, afirmou que a turbulência afeta apenas papéis europeus. Por exemplo, o bônus italiano de 30 anos ofereceu rendimento de 6,952 por cento.

"Existia e continua existindo um apetite muito claro para tudo o que vem com o carimbo da América Latina em dívida soberana", disse.

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