Mercados

Bovespa recua influenciada por exterior e Palocci

São Paulo - O discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, não impediu que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechasse em alta ontem. Mas hoje a história deve ser diferente. Os mercados internacionais continuam reagindo negativamente às ponderações feitas por Bernanke sobre a recuperação […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2011 às 10h29.

São Paulo - O discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, não impediu que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechasse em alta ontem. Mas hoje a história deve ser diferente. Os mercados internacionais continuam reagindo negativamente às ponderações feitas por Bernanke sobre a recuperação da economia norte-americana. No Brasil, esse impacto pode ser potencializado pela primeira crise política do governo de Dilma Rousseff. Às 10h11 (horário de Brasília), o índice Bovespa (Ibovespa) recuava 0,25%, aos 63.057 pontos.

Faltando cerca de 15 minutos para o fim do pregão de ontem da Bolsa, Bernanke entrou em cena para afirmar que, dois anos depois do fim da recessão nos EUA, a recuperação econômica norte-americana continua "desigual entre os diversos setores" e lenta do ponto de vista dos desempregados. Ainda assim, ele acredita que o ritmo da atividade vai se acelerar no segundo semestre de 2011, apesar dos sinais recentes de debilidade.

Após as declarações de Bernanke, o índice Dow Jones, da bolsa norte-americana, passou a cair, enquanto o Ibovespa estreitou seus ganhos, fechando em alta de 0,24%. Nesta manhã, as palavras de Bernanke ainda ecoam nos negócios em Wall Street e na Europa, onde os índices acionários registram perdas expressivas. Na agenda do dia, o Fed volta à cena, com a divulgação, às 15 horas (horário de Brasília), do Livro Bege, com as análises da autoridade monetária norte-americana sobre a economia.

A temperatura também está elevada na cena política brasileira. Antônio Palocci renunciou ao cargo de ministro-chefe da Casa Civil no início da noite de ontem, quando os mercados já estavam fechados. Mesmo assim, a saída de um dos representantes mais fortes do governo Dilma teve repercussão no after market. Segundo analistas, o fato deve ter um efeito maior sobre as empresas estatais listadas na Bolsa, como a Petrobras.

"A saída de Palocci como ministro-chefe da Casa Civil, dando lugar à indicação pessoal da presidente - a senadora paranaense Gleisi Hoffman, esposa do ministro Paulo Bernardo (Comunicações) - para o cargo mais importante dentro do governo deixam dúvidas quanto a sua capacidade de articulação política. Outro ponto negativo é a importante perda do homem mais forte do governo", avalia em relatório o analista da Um Investimentos, Eduardo Oliveira.

Para os especialistas da City londrina, a renúncia de Palocci é vista como negativa do ponto de vista dos investidores, por seu perfil ortodoxo e pró-mercado. Porém, os analistas acreditam que a mudança deve ter um impacto limitado sobre os preços dos ativos brasileiros por dois motivos: ela já era esperada e o ex-ministro não tinha a liderança da condução da política econômica.

Hoje, o Copom encerra sua reunião de política monetária de dois dias. A aposta do mercado é de mais uma elevação da Selic (a taxa básica de juros da economia) de 0,25 ponto porcentual, para 12,25% ao ano. Segundo especialistas, a decisão do Copom já está precificada nas ações.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Mercados

Intelbras (INTB3) anuncia sucessão de CEO e Altair Silvestri é indicado para o conselho

Ibovespa abre em queda com mercado repercutindo avanço do IPCA em setembro

Com vendas mais fracas no 3º tri, PepsiCo passa a projetar crescimento 'mais tímido' de receita

Ata do Fomc, falas de dirigentes do Fed, inflação no Brasil e juros na Índia: o que move o mercado