Bovespa recua 0,6% com fraqueza externa e Moody's no radar
A Bovespa fechou em queda, interrompendo sequência de três altas, com preocupações sobre corte de nota de crédito do Brasil pela Moody's
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2015 às 22h05.
São Paulo - A Bovespa fechou em queda nesta quarta-feira, interrompendo sequência de três altas, em meio à debilidade de Wall Street e com preocupações sobre um eventual corte na nota de crédito brasileira pela agência Moody's endossando a cautela.
O Ibovespa caiu 0,63 por cento, a 52.902 pontos. O giro financeiro ficou novamente abaixo da média do ano, totalizando 5 bilhões de reais, em sessão que também incluiu vencimento dos contratos de opções sobre o Ibovespa.
As bolsas em Nova York perderam o fôlego durante a sessão, afetadas pela fraqueza de ações de energia diante da queda dos preços do petróleo, que prevaleceu à reação positiva inicial de comentários da chair do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. Ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos EUA, Janet Yellen disse que a turbulência externa não deve afetar a maior economia do mundo e que o Fed continua no caminho de elevar a taxa de juros neste ano.
Na Grécia, após concordar relutantemente em negociar o terceiro resgate de credores internacionais sob termos duríssimos, o premiê Alexis Tsipras encara uma rebelião em seu partido para aprovar no Parlamento abrangentes reformas pró-mercado e cortes no orçamento.
Ministros de Finanças da zona do euro irão realizar uma teleconferência na quinta-feira, quando devem discutir o resultado da votação grega.
No Brasil, o início da missão da agência de classificação de risco Moody's, que tem reuniões com integrantes da equipe econômica, corroborou o conservadorismo na bolsa por preocupações quando a um corte na nota de crédito brasileira, atualmente em "Baa2" com perspectiva negativa.
O analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets, disse que boa parte no mercado acredita que o rebaixamento da nota brasileira em um degrau, para "Baa3", é inevitável diante das dificuldades do ajuste fiscal, enquanto a fraca atividade econômica e a inflação elevada apontam para uma piora da relação dívida/PIB.
Barbosa acredita que o mercado pode reagir mal se a agência, além de cortar o rating, mantiver a perspectiva "negativa". "Essa possibilidade ainda não está devidamente precificada", disse em nota a clientes.
DESTAQUES
=PETROBRAS fechou com as preferenciais em queda de 1,67 por cento, enquanto as ordinárias recuaram 2,44 por cento, acompanhando o declínio dos preços do petróleo. Em relatório, o HSBC disse que a Petrobras enfrenta desafios em relação ao crescimento da produção no longo prazo, ao plano de desinvestimento e à desalavancagem do balanço. No entanto, os analistas Luiz Carvalho e Filipe Gouveia avaliam que a estatal poderia entregar em 2015 de 3 a 4 por cento de crescimento da produção, desinvestimentos da ordem de 3 bilhões de dólares, um aumento de preço de combustível e visibilidade sobre o pagamento de dividendos.
=VALE reverteu ganhos iniciais e encerrou o dia com as preferenciais em baixa de 2,42 por cento, enquanto as ordinárias caíram 3,98 por cento, apesar da leve recuperação dos preços do minério de ferro na China.
=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO caíram 1,73 e 0,72 por cento, respectivamente, reforçando o viés de baixa dada a relevante fatia que ambos detêm no Ibovespa. O BTG Pactual publicou prévia dos balanços desses bancos no segundo trimestre, esperando resultados fortes para ambos, mas avaliando que Itaú irá apresentar desempenho pior do que o Bradesco de forma marginal em termos de qualidade de crédito. "No geral, esperamos que o resultado de Bradesco tenha um pouco mais de espaço para surpresa positiva", disse em nota a clientes.
=SUZANO PAPEL E CELULOSE recuou 1,53 por cento, no sétimo pregão consecutivo de queda, com perdas acumuladas de 12 por cento no período, ante a expectativa de que o resultado trimestral da companhia seja impactado pela fraca demanda doméstica por papel e pressões de custos. FIBRIA, que produz apenas celulose, caiu 2,74 por cento, após subir cerca de 2 por cento na véspera.
=EMBRAER cedeu 0,86 por cento, mesmo após divulgar carteira de pedidos firmes a entregar (backlog) de 22,9 bilhões de dólares no segundo trimestre, o maior patamar da história da empresa. Analistas consideraram os números fortes, mas, na terça-feira, o papel já havia avançado mais de 2 por cento.
=GAFISA valorizou-se 3,15 por cento, em meio a dados mostrando que as vendas e lançamentos de imóveis subiram no segundo trimestre, enquanto os estoques caíram. O BTG Pactual avaliou positivamente os dados, destacando a melhora nas operações da Tenda.
=GOLL abandonou as perdas da abertura e subiu 1,3 por cento, após o Conselho de Administração aprovar o preço de 7,20 reais por ação para o aumento de capital anunciado, com emissão de cerca de 64 milhões de ações preferenciais.
Texto atualizado às 22h05
São Paulo - A Bovespa fechou em queda nesta quarta-feira, interrompendo sequência de três altas, em meio à debilidade de Wall Street e com preocupações sobre um eventual corte na nota de crédito brasileira pela agência Moody's endossando a cautela.
O Ibovespa caiu 0,63 por cento, a 52.902 pontos. O giro financeiro ficou novamente abaixo da média do ano, totalizando 5 bilhões de reais, em sessão que também incluiu vencimento dos contratos de opções sobre o Ibovespa.
As bolsas em Nova York perderam o fôlego durante a sessão, afetadas pela fraqueza de ações de energia diante da queda dos preços do petróleo, que prevaleceu à reação positiva inicial de comentários da chair do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. Ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos EUA, Janet Yellen disse que a turbulência externa não deve afetar a maior economia do mundo e que o Fed continua no caminho de elevar a taxa de juros neste ano.
Na Grécia, após concordar relutantemente em negociar o terceiro resgate de credores internacionais sob termos duríssimos, o premiê Alexis Tsipras encara uma rebelião em seu partido para aprovar no Parlamento abrangentes reformas pró-mercado e cortes no orçamento.
Ministros de Finanças da zona do euro irão realizar uma teleconferência na quinta-feira, quando devem discutir o resultado da votação grega.
No Brasil, o início da missão da agência de classificação de risco Moody's, que tem reuniões com integrantes da equipe econômica, corroborou o conservadorismo na bolsa por preocupações quando a um corte na nota de crédito brasileira, atualmente em "Baa2" com perspectiva negativa.
O analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets, disse que boa parte no mercado acredita que o rebaixamento da nota brasileira em um degrau, para "Baa3", é inevitável diante das dificuldades do ajuste fiscal, enquanto a fraca atividade econômica e a inflação elevada apontam para uma piora da relação dívida/PIB.
Barbosa acredita que o mercado pode reagir mal se a agência, além de cortar o rating, mantiver a perspectiva "negativa". "Essa possibilidade ainda não está devidamente precificada", disse em nota a clientes.
DESTAQUES
=PETROBRAS fechou com as preferenciais em queda de 1,67 por cento, enquanto as ordinárias recuaram 2,44 por cento, acompanhando o declínio dos preços do petróleo. Em relatório, o HSBC disse que a Petrobras enfrenta desafios em relação ao crescimento da produção no longo prazo, ao plano de desinvestimento e à desalavancagem do balanço. No entanto, os analistas Luiz Carvalho e Filipe Gouveia avaliam que a estatal poderia entregar em 2015 de 3 a 4 por cento de crescimento da produção, desinvestimentos da ordem de 3 bilhões de dólares, um aumento de preço de combustível e visibilidade sobre o pagamento de dividendos.
=VALE reverteu ganhos iniciais e encerrou o dia com as preferenciais em baixa de 2,42 por cento, enquanto as ordinárias caíram 3,98 por cento, apesar da leve recuperação dos preços do minério de ferro na China.
=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO caíram 1,73 e 0,72 por cento, respectivamente, reforçando o viés de baixa dada a relevante fatia que ambos detêm no Ibovespa. O BTG Pactual publicou prévia dos balanços desses bancos no segundo trimestre, esperando resultados fortes para ambos, mas avaliando que Itaú irá apresentar desempenho pior do que o Bradesco de forma marginal em termos de qualidade de crédito. "No geral, esperamos que o resultado de Bradesco tenha um pouco mais de espaço para surpresa positiva", disse em nota a clientes.
=SUZANO PAPEL E CELULOSE recuou 1,53 por cento, no sétimo pregão consecutivo de queda, com perdas acumuladas de 12 por cento no período, ante a expectativa de que o resultado trimestral da companhia seja impactado pela fraca demanda doméstica por papel e pressões de custos. FIBRIA, que produz apenas celulose, caiu 2,74 por cento, após subir cerca de 2 por cento na véspera.
=EMBRAER cedeu 0,86 por cento, mesmo após divulgar carteira de pedidos firmes a entregar (backlog) de 22,9 bilhões de dólares no segundo trimestre, o maior patamar da história da empresa. Analistas consideraram os números fortes, mas, na terça-feira, o papel já havia avançado mais de 2 por cento.
=GAFISA valorizou-se 3,15 por cento, em meio a dados mostrando que as vendas e lançamentos de imóveis subiram no segundo trimestre, enquanto os estoques caíram. O BTG Pactual avaliou positivamente os dados, destacando a melhora nas operações da Tenda.
=GOLL abandonou as perdas da abertura e subiu 1,3 por cento, após o Conselho de Administração aprovar o preço de 7,20 reais por ação para o aumento de capital anunciado, com emissão de cerca de 64 milhões de ações preferenciais.
Texto atualizado às 22h05