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Bovespa recua 0,6% com fraqueza externa e Moody's no radar

A Bovespa fechou em queda, interrompendo sequência de três altas, com preocupações sobre corte de nota de crédito do Brasil pela Moody's

Bovespa: de acordo com dados preliminares, o Ibovespa caiu 0,62%, a 52.910 pontos (Paulo Fridman/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2015 às 22h05.

São Paulo - A Bovespa fechou em queda nesta quarta-feira, interrompendo sequência de três altas, em meio à debilidade de Wall Street e com preocupações sobre um eventual corte na nota de crédito brasileira pela agência Moody's endossando a cautela.

O Ibovespa caiu 0,63 por cento, a 52.902 pontos. O giro financeiro ficou novamente abaixo da média do ano, totalizando 5 bilhões de reais, em sessão que também incluiu vencimento dos contratos de opções sobre o Ibovespa.

As bolsas em Nova York perderam o fôlego durante a sessão, afetadas pela fraqueza de ações de energia diante da queda dos preços do petróleo, que prevaleceu à reação positiva inicial de comentários da chair do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. Ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos EUA, Janet Yellen disse que a turbulência externa não deve afetar a maior economia do mundo e que o Fed continua no caminho de elevar a taxa de juros neste ano.

Na Grécia, após concordar relutantemente em negociar o terceiro resgate de credores internacionais sob termos duríssimos, o premiê Alexis Tsipras encara uma rebelião em seu partido para aprovar no Parlamento abrangentes reformas pró-mercado e cortes no orçamento.

Ministros de Finanças da zona do euro irão realizar uma teleconferência na quinta-feira, quando devem discutir o resultado da votação grega.

No Brasil, o início da missão da agência de classificação de risco Moody's, que tem reuniões com integrantes da equipe econômica, corroborou o conservadorismo na bolsa por preocupações quando a um corte na nota de crédito brasileira, atualmente em "Baa2" com perspectiva negativa.

O analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets, disse que boa parte no mercado acredita que o rebaixamento da nota brasileira em um degrau, para "Baa3", é inevitável diante das dificuldades do ajuste fiscal, enquanto a fraca atividade econômica e a inflação elevada apontam para uma piora da relação dívida/PIB.

Barbosa acredita que o mercado pode reagir mal se a agência, além de cortar o rating, mantiver a perspectiva "negativa". "Essa possibilidade ainda não está devidamente precificada", disse em nota a clientes.

DESTAQUES

=PETROBRAS fechou com as preferenciais em queda de 1,67 por cento, enquanto as ordinárias recuaram 2,44 por cento, acompanhando o declínio dos preços do petróleo. Em relatório, o HSBC disse que a Petrobras enfrenta desafios em relação ao crescimento da produção no longo prazo, ao plano de desinvestimento e à desalavancagem do balanço. No entanto, os analistas Luiz Carvalho e Filipe Gouveia avaliam que a estatal poderia entregar em 2015 de 3 a 4 por cento de crescimento da produção, desinvestimentos da ordem de 3 bilhões de dólares, um aumento de preço de combustível e visibilidade sobre o pagamento de dividendos.

=VALE reverteu ganhos iniciais e encerrou o dia com as preferenciais em baixa de 2,42 por cento, enquanto as ordinárias caíram 3,98 por cento, apesar da leve recuperação dos preços do minério de ferro na China.

=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO caíram 1,73 e 0,72 por cento, respectivamente, reforçando o viés de baixa dada a relevante fatia que ambos detêm no Ibovespa. O BTG Pactual publicou prévia dos balanços desses bancos no segundo trimestre, esperando resultados fortes para ambos, mas avaliando que Itaú irá apresentar desempenho pior do que o Bradesco de forma marginal em termos de qualidade de crédito. "No geral, esperamos que o resultado de Bradesco tenha um pouco mais de espaço para surpresa positiva", disse em nota a clientes.

=SUZANO PAPEL E CELULOSE recuou 1,53 por cento, no sétimo pregão consecutivo de queda, com perdas acumuladas de 12 por cento no período, ante a expectativa de que o resultado trimestral da companhia seja impactado pela fraca demanda doméstica por papel e pressões de custos. FIBRIA, que produz apenas celulose, caiu 2,74 por cento, após subir cerca de 2 por cento na véspera.

=EMBRAER cedeu 0,86 por cento, mesmo após divulgar carteira de pedidos firmes a entregar (backlog) de 22,9 bilhões de dólares no segundo trimestre, o maior patamar da história da empresa. Analistas consideraram os números fortes, mas, na terça-feira, o papel já havia avançado mais de 2 por cento.

=GAFISA valorizou-se 3,15 por cento, em meio a dados mostrando que as vendas e lançamentos de imóveis subiram no segundo trimestre, enquanto os estoques caíram. O BTG Pactual avaliou positivamente os dados, destacando a melhora nas operações da Tenda.

=GOLL abandonou as perdas da abertura e subiu 1,3 por cento, após o Conselho de Administração aprovar o preço de 7,20 reais por ação para o aumento de capital anunciado, com emissão de cerca de 64 milhões de ações preferenciais.

Texto atualizado às 22h05

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São Paulo - A Bovespa fechou em queda nesta quarta-feira, interrompendo sequência de três altas, em meio à debilidade de Wall Street e com preocupações sobre um eventual corte na nota de crédito brasileira pela agência Moody's endossando a cautela.

O Ibovespa caiu 0,63 por cento, a 52.902 pontos. O giro financeiro ficou novamente abaixo da média do ano, totalizando 5 bilhões de reais, em sessão que também incluiu vencimento dos contratos de opções sobre o Ibovespa.

As bolsas em Nova York perderam o fôlego durante a sessão, afetadas pela fraqueza de ações de energia diante da queda dos preços do petróleo, que prevaleceu à reação positiva inicial de comentários da chair do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. Ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos EUA, Janet Yellen disse que a turbulência externa não deve afetar a maior economia do mundo e que o Fed continua no caminho de elevar a taxa de juros neste ano.

Na Grécia, após concordar relutantemente em negociar o terceiro resgate de credores internacionais sob termos duríssimos, o premiê Alexis Tsipras encara uma rebelião em seu partido para aprovar no Parlamento abrangentes reformas pró-mercado e cortes no orçamento.

Ministros de Finanças da zona do euro irão realizar uma teleconferência na quinta-feira, quando devem discutir o resultado da votação grega.

No Brasil, o início da missão da agência de classificação de risco Moody's, que tem reuniões com integrantes da equipe econômica, corroborou o conservadorismo na bolsa por preocupações quando a um corte na nota de crédito brasileira, atualmente em "Baa2" com perspectiva negativa.

O analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets, disse que boa parte no mercado acredita que o rebaixamento da nota brasileira em um degrau, para "Baa3", é inevitável diante das dificuldades do ajuste fiscal, enquanto a fraca atividade econômica e a inflação elevada apontam para uma piora da relação dívida/PIB.

Barbosa acredita que o mercado pode reagir mal se a agência, além de cortar o rating, mantiver a perspectiva "negativa". "Essa possibilidade ainda não está devidamente precificada", disse em nota a clientes.

DESTAQUES

=PETROBRAS fechou com as preferenciais em queda de 1,67 por cento, enquanto as ordinárias recuaram 2,44 por cento, acompanhando o declínio dos preços do petróleo. Em relatório, o HSBC disse que a Petrobras enfrenta desafios em relação ao crescimento da produção no longo prazo, ao plano de desinvestimento e à desalavancagem do balanço. No entanto, os analistas Luiz Carvalho e Filipe Gouveia avaliam que a estatal poderia entregar em 2015 de 3 a 4 por cento de crescimento da produção, desinvestimentos da ordem de 3 bilhões de dólares, um aumento de preço de combustível e visibilidade sobre o pagamento de dividendos.

=VALE reverteu ganhos iniciais e encerrou o dia com as preferenciais em baixa de 2,42 por cento, enquanto as ordinárias caíram 3,98 por cento, apesar da leve recuperação dos preços do minério de ferro na China.

=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO caíram 1,73 e 0,72 por cento, respectivamente, reforçando o viés de baixa dada a relevante fatia que ambos detêm no Ibovespa. O BTG Pactual publicou prévia dos balanços desses bancos no segundo trimestre, esperando resultados fortes para ambos, mas avaliando que Itaú irá apresentar desempenho pior do que o Bradesco de forma marginal em termos de qualidade de crédito. "No geral, esperamos que o resultado de Bradesco tenha um pouco mais de espaço para surpresa positiva", disse em nota a clientes.

=SUZANO PAPEL E CELULOSE recuou 1,53 por cento, no sétimo pregão consecutivo de queda, com perdas acumuladas de 12 por cento no período, ante a expectativa de que o resultado trimestral da companhia seja impactado pela fraca demanda doméstica por papel e pressões de custos. FIBRIA, que produz apenas celulose, caiu 2,74 por cento, após subir cerca de 2 por cento na véspera.

=EMBRAER cedeu 0,86 por cento, mesmo após divulgar carteira de pedidos firmes a entregar (backlog) de 22,9 bilhões de dólares no segundo trimestre, o maior patamar da história da empresa. Analistas consideraram os números fortes, mas, na terça-feira, o papel já havia avançado mais de 2 por cento.

=GAFISA valorizou-se 3,15 por cento, em meio a dados mostrando que as vendas e lançamentos de imóveis subiram no segundo trimestre, enquanto os estoques caíram. O BTG Pactual avaliou positivamente os dados, destacando a melhora nas operações da Tenda.

=GOLL abandonou as perdas da abertura e subiu 1,3 por cento, após o Conselho de Administração aprovar o preço de 7,20 reais por ação para o aumento de capital anunciado, com emissão de cerca de 64 milhões de ações preferenciais.

Texto atualizado às 22h05

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