Bovespa perde patamar dos 75 mil pontos por cenário político
O Ibovespa fechou em queda de 1,26 por cento, a 74.443 pontos, acumulando perda de 2,05 por cento em três pregões
Reuters
Publicado em 25 de setembro de 2017 às 17h29.
Última atualização em 25 de setembro de 2017 às 18h16.
São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em queda pelo terceiro pregão seguido nesta segunda-feira e perdeu o patamar dos 75 mil pontos, em um movimento de ajuste impulsionado pela cautela com a política local e também com pressão pelo cenário geopolítico internacional.
O Ibovespa fechou em queda de 1,26 por cento, a 74.443 pontos, acumulando perda de 2,05 por cento em três pregões. O giro financeiro somou 8,3 bilhões de reais, abaixo da média diária para o mês até sexta-feira, de 10,29 bilhões de reais.
Apesar de três pregões em baixa e da perda dos 75 mil pontos, a expectativa ainda é positiva para o mercado acionário, segundo o economista-chefe da Modalmais, Alvaro Bandeira.
"Isso não invalida a tendência primária de alta, só causa um estresse. O problema é que se perder os 74 mil pontos (o índice) pode buscar os 72 mil pontos e fica perigoso porque pode ceder mais rápido", disse o economista, acrescentando que mesmo em um cenário de perda mais acentuada no curto prazo, a tendência para médio e longo prazo continua de alta para a bolsa.
No front local, a cautela veio diante da espera pelo andamento da denúncia contra o presidente Michel Temer e seus potenciais impactos na agenda de reformas do governo, principalmente a da Previdência.
A sessão desta segunda-feira na Câmara dos Deputados, quando seria feita a leitura da denúncia, não teve quórum e a leitura deve ocorrer na terça-feira. Este é o primeiro passo do processo antes da denúncia seja enviada para a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Já no exterior, a tensão geopolítica voltou a ganhar força nesta sessão, após a Coreia do Norte acusar os Estados Unidos de declarar guerra contra o país asiático e afirmar que Pyongyang tem o direito de adotar contramedidas, incluindo abater bombardeiros dos EUA mesmo se não estiverem em seu espaço aéreo.
Destaques
- USIMINAS PNA caiu 12,45 por cento, a maior queda do Ibovespa, diante das baixas recentes nos preços do aço e do minério de ferro no mercado internacional e após a prorrogação de investigação sobre eventual imposição de penas antidumping sobre importação de laminados a quente, um dos principais produtos da empresa. As ações da Usiminas tiveram a queda mais acentuada entre as siderúrgicas devido ao movimento de ajuste, após ter registrado desempenho melhor que as demais empresas do setor. CSN ON e GERDAU PN cederam 3,29 por cento e 3,01 por cento, respectivamente.
- CYRELA REALTY ON caiu 4,8 por cento e MRV ON cedeu 4,09 por cento. No radar estava a informação de que a Caixa Econômica Federal voltou a reduzir o teto de financiamento de imóveis usados para 50 por cento do valor do bem e suspenderá novos contratos transferidos de outros bancos.
- VALE ON recuou 2,57 por cento, em mais uma sessão de baixa para os preços do minério de ferro na China.
- B3 ON perdeu 2,68 por cento, após o Itaú BBA rebaixar a recomendação para as ações da operadora da bolsa paulista para "market-perform", de "outperform", afirmando que o espaço para ganhos adicionais é limitado após o recente rali dos papéis.
- CEMIG PN teve perda de 4,96 por cento, tendo no radar a expectativa pelo leilão de quatro hidrelétricas da empresa cujos contratos venceram. Nesta sessão, o deputado federal Fábio Ramalho (PMDB-MG) disse que a elétrica mineira vai apresentar uma nova proposta de negociação ao governo federal para tentar evitar a licitação da concessão.
- RUMO ON subiu 2,77 por cento, liderando a ponta positiva do Ibovespa, diante da perspectiva positiva em relação à planejada oferta de ações da empresa, que pode movimentar até 2,6 bilhões de reais. Na véspera, a Rumo anunciou a contratação de mais cinco bancos para ajudar a coordenar sua oferta primária de ações.
- PETROBRAS PN ganhou 0,96 por cento e PETROBRAS ON avançou 0,74 por cento, em linha com o movimento dos preços do petróleo no mercado internacional.