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Bovespa fecha em queda e renova mínima desde 2009

O principal índice da Bovespa fechou em queda de mais de 1%, conforme a fraqueza de Wall Street e o declínio do petróleo


	Bovespa: o Ibovespa caiu 1,63 por cento, a 39.950 pontos
 (Paulo Fridman/Bloomberg News)

Bovespa: o Ibovespa caiu 1,63 por cento, a 39.950 pontos (Paulo Fridman/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2016 às 19h07.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em queda de mais de 1,5 por cento nesta segunda-feira e abaixo de 40 mil pontos pela primeira vez desde março de 2009, com a piora em Wall Street e o declínio do petróleo minando a tentativa de recuperação do pregão local.

O Ibovespa caiu 1,63 por cento, a 39.950 pontos, menor nível desde 17 de março de 2009, na quarta queda consecutiva. No pior momento, caiu 1,7 por cento, a 39.924 pontos. Na máxima, pela manhã, o índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 0,9 por cento.

O volume financeiro da sessão totalizou 4,87 bilhões de reais.

"O mercado está sem defesa e sem notícias locais que atraiam capital para a bolsa no curto prazo. Apenas o fato de estar barato em dólar não traz fluxo comprador expressivo", disse o operador Humberto Guidi, da corretora Spinelli.

Dados de fluxo da Bovespa mostram que o saldo de investidores estrangeiros em 2016 até o dia 7 está negativo em 688 milhões de reais.

Para o estrategista Luis Gustavo Pereira, da Guide Investimentos, o próximo suporte técnico importante deve ser em 36.450 pontos, que remete a níveis de 2008 e 2009, embora cite que haverá alguns suportes fracos no meio do caminho.

Nos Estados Unidos, as bolsas também não sustentaram ganhos iniciais, com o petróleo renovando mínimas em 12 anos, enquanto agentes financeiros aguardam o início da safra de resultados norte-americana.

Ainda endossaram as vendas no mercado local a manutenção das preocupações sobre a China e sua política econômica, em meio às persistentes incertezas no front político e econômico no Brasil.

DESTAQUES

=CIELO caiu 4,71 por cento, com notícias de que Banco do Brasil e Bradesco estariam negociando a compra da fatia detida pelo Citi na concorrente Elavon no Brasil amparando realização de lucros. Na semana passada, o papel subiu da empresa de meios de pagamentos mais de 4 por cento.

=PETROBRAS fechou com as ações ordinárias em queda de 3,56 por cento e preferenciais com recuo de 2,87 por cento, seguindo o forte declínio nos preços do petróleo, que recuaram pela sexta sessão consecutiva.

=BB SEGURIDADE caiu 3,14 por cento, com agentes financeiros também analisando dados da indústria de seguros do país. Apesar de melhora nos volumes de apólices e contribuições em novembro, os lucros das seguradoras sofreram com resultados financeiros fracos.

=BRADESCO e AMBEV recuaram 2,83 e 1,58 por cento, respectivamente, também pesando no Ibovespa dada a elevada fatia que ambas detêm no índice.

=VALE encerrou com as preferenciais em baixa de 3,41 por cento, na sexta sessão consecutiva em queda, tendo como pano de fundo nova recuo dos preços do minério de ferro na China. =SABESP subiu 2,56 por cento, entre os maiores ganhos do Ibovespa, em meio a fortes chuvas em São Paulo e após assinar protocolo de intenções com a prefeitura de Guarulhos para estudos para resolver as relações comerciais e dívidas entre a cidade e a companhia de saneamento. O UBS também elevou o preço-alvo da ação de 16,50 para 19 reais.

=MRV avançou 1,82 por cento, após o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmar ao jornal Folha de S. Paulo que o governo pretende elevar o crédito de bancos públicos a setores considerados prioritários, entre eles habitação. BANCO DO BRASIL perdeu 2,87 por cento.

=TELEBRAS, que não faz parte do Ibovespa, encerrou com um salto de 223 por cento, maior alta da bolsa nesta sessão, e com volume muito acima da sua média, após o jornal Folha de S.Paulo noticiar que o governo estuda fusão das estatais Telebras, Serpro e Dataprev para criar uma única empresa, ainda estatal, de tecnologia da informação e comunicação. Na máxima, disparou 300 por cento. As ações ordinárias subiram quase 45 por cento.

Texto atualizado às 20h06
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