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Bovespa fecha em alta de 0,56% com Petrobras

O Ibovespa quebrou uma série de quatro pregões em queda e fechou em alta de 0,56%, sustentado pelos ganhos da Petrobras


	Entrada da Bovespa: as preferenciais da Petrobras subiram 2,13% e as ordinárias avançaram 2,48%
 (Hugo Arce/Fotos Públicas)

Entrada da Bovespa: as preferenciais da Petrobras subiram 2,13% e as ordinárias avançaram 2,48% (Hugo Arce/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2015 às 18h10.

São Paulo - O principal índice da Bovespa quebrou uma série de quatro pregões em queda e fechou em alta nesta terça-feira, sustentado pelos ganhos de Petrobras, após a estatal aprovar um plano de aumento nos desinvestimentos até 2016.

O Ibovespa fechou em alta de 0,56 por cento, a 51.304 pontos. O volume financeiro, contudo, ficou abaixo da média do ano e somou 5,3 bilhões de reais, ante uma média diária próxima de 7 bilhões de reais no ano.

A estatal informou na véspera que pretende desinvestir 13,7 bilhões de dólares entre 2015 e 2016, um forte corte ante o plano de negócios 2014-2018, que previa desinvestimentos de até 11 bilhões de dólares ao longo de cinco anos.

O Credit Suisse disse que a empresa surpreendeu o mercado com o anúncio, e destacou o momento de sua realização, o tamanho do plano e o fato da empresa não incluir o pré-sal. Os analistas consideraram a meta agressiva e não trivial de ser executada.

"Se entregarem esses 13,7 bilhões de dólares, é um belo começo", escreveu o CS, em e-mail a clientes.

Uma fonte próxima ao programa disse à Reuters que o desinvestimento pode envolver a venda de parcelas de ativos térmicos e de distribuição de gás no Brasil, além de participação em campos petrolíferos e ativos no exterior.

As preferenciais da estatal fecharam em alta de 2,13 por cento e as ordinárias avançaram 2,48 por cento. Na máxima, a alta ficou ao redor de 4 por cento.

Bancos mostravam alguma indefinição, com agentes financeiros cautelosos ante desdobramentos da operação Lava Jato e eventuais novas medidas fiscais que afetem a rentabilidade dos mesmos.

Para a agência de classificação de risco Moody's, os bancos brasileiros podem enfrentar efeitos gerados por parceiros da Petrobras, conforme relatório nesta terça-feira, principalmente as instituições financeiras públicas.

Itaú Unibanco e Bradesco terminaram o dia com altas de 0,77 e 0,22 por cento, respectivamente, enquanto Banco do Brasil caiu 0,17 por cento.

Cielo foi um importante suporte de alta para o Ibovespa, com ganho de 1,49 por cento no final, tendo ajuda dos analistas do BTG Pactual, que retomaram a cobertura do papel com recomendação de "compra" e preço-alvo de 52 de reais.

Vale também se valorizou, diante da decisão da mineradora de ampliar o contrato com a canadense Silver Wheaton para venda de ouro produzido como subproduto da extração de cobre da mina de Salobo, no Brasil.

As preferenciais da mineradora subiram 0,84 por cento e as ordinárias ganharam 1,12 por cento.

Na ponta negativa, Estácio Participações caiu 3,73 por cento, após a companhia adiar o início das aulas do primeiro semestre para calouros em razão de instabilidades para contratação no Fies.

Também no vermelho, Ecorodovias recuou 2 por cento e CCR perdeu 1,81 por cento, com a sanção presidencial sem vetos da Lei dos Caminhoneiros, que prevê liberação de pagamento de pedágio de eixos suspensos de caminhões vazios.

CCR, aliás, divulga resultado na quarta-feira, após o fechamento, e deve entregar um crescimento apenas modesto ou tráfego de veículos estável no quarto trimestre na comparação anual.

Também Gerdau, Suzano Papel e Embraer divulgam balanço na quarta-feira, sendo a primeira antes da abertura da Bovespa e as demais após o fechamento.

Fluxo externo

Dados da BM&FBovespa nesta terça-feira mostraram que fevereiro encerrou com saldo externo positivo de 4,48 bilhões de reais, o melhor resultado desde maio de 2014, quando houve entrada líquida de 5,5 bilhões de reais.

No mercado futuro, os estrangeiros fecharam o mês passado com posição comprada em 90.974 contratos.

Na visão do gerente-executivo de Fundos de Ações da BB Gestão de Recursos, Jorge Ricca, o fluxo de estrangeiros refletiu uma combinação de um ambiente externo mais favorável com fatores domésticos, além do fato de a bolsa estar negociando perto das mínimas de 2009 em dólares.

Ele destacou que o discurso ainda de cautela do Federal Reserve quanto à alta de juros, a recuperação da atividade norte-americana e políticas na China visando evitar uma maior desaceleração de sua economia permitiram a continuidade da busca de maiores retornos em mercados acionários emergentes.

Ao mesmo tempo, destacou o resultado fiscal de janeiro do setor público, as novas medidas de ajuste fiscal, algum alívio nas preocupações com a situação hídrica no país, bem como a estabilização dos preços de petróleo e minério de ferro no mercado externo e resultados trimestrais do setor financeiro que beneficiaram papéis específicos negociados na Bovespa.

"Mantidas as condições descritas acima, acredita-se que haverá a continuidade do fluxo de capital estrangeiro na bolsa brasileira", afirmou.

*Atualizada às 18h10 do dia 03/03/2015
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