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Bovespa cai quase 1,5% acompanhando cenário externo

No exterior, além das preocupações com os impactos de medidas adotadas recentemente por Trump, receios com a Europa voltaram com as eleições francesas

Bovespa: o volume financeiro somou 6,35 bilhões de reais, abaixo da média diária para este ano até sexta-feira, de 6,99 bilhões de reais (Bovespa/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 19h26.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em baixa nesta segunda-feira, acompanhando a cautela no exterior conforme crescem preocupações com eventuais políticas protecionistas nos Estados Unidos e na Europa.

O Ibovespa caiu 1,48 por cento, a 63.992 pontos. O volume financeiro somou 6,35 bilhões de reais, abaixo da média diária para este ano até sexta-feira, de 6,99 bilhões de reais.

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Durante a manhã, o índice chegou a trocar de sinal algumas vezes, tendo subido 0,57 por cento na máxima do dia, firmando-se posteriormente em território negativo.

No exterior, além das preocupações com os impactos de medidas adotadas recentemente pelo presidente norte-americano, Donald Trump, receios com a Europa voltaram ao radar com expectativas em relação às eleições na França.

No fim de semana, a líder de extrema direita francesa Marine Le Pen lançou sua candidatura à presidência do país com promessas de medidas que incluem maior rigor com imigração e a saída da França da zona do euro.

"Políticos de partidos radicais, ou líderes anti-establishment (eleitos ou não), têm se alinhado em torno de políticas anti-globalização", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em nota a clientes.

A cautela no mercado também foi favorecida pelo cenário político local, com investidores preferindo evitar grandes apostas à espera de potenciais repercussões de delações no âmbito da Operação Lava Jato.

Destaques

- LOCALIZA desvalorizou-se em 3,95 por cento, apesar de o resultado trimestral da empresa ter sido considerado positivo por analistas. Segundo operadores, as ações da locadora de veículos foram pressionadas devido à realocação de ativos pela precificação de ofertas de ações das concorrentes Movida e Unidas nesta semana.

- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES caiu 2,78 por cento e KROTON perdeu 2,09 por cento, afastando-se das mínimas da sessão, quando os papéis recuaram 5,3 e 4,1 por cento, respectivamente. As ações das empresas de educação foram pressionadas pelo parecer da divisão técnica do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de que a fusão das duas companhias pode prejudicar a concorrência.

- VALE PNA recuou 1,41 por cento e VALE ON caiu 2,25 por cento, em nova sessão de perdas nos futuros de aço e minério de ferro na China.

- PETROBRAS PN caiu 2,48 por cento, enquanto PETROBRAS ON teve baixa de 2,26 por cento, em linha com a queda dos preços do petróleo no mercado internacional. [O/R]

- BRADESCO PN recuou 2,07 por cento, ajudando a pressionar o Ibovespa devido ao peso das ações em sua composição. ITAÚ UNIBANCO, que divulga resultado do último trimestre de 2016 na terça-feira, caiu 0,73 por cento, após sessão volátil, quando chegou a subir 1 por cento na máxima do dia.

- BRASKEM PNA teve valorização de 1,49 por cento, entre os poucos destaques positivos do Ibovespa, recuperando parte da perda de 3,8 por cento do último pregão. Na noite de sexta-feira, a Petrobras negou notícia de que teria contestado termos do acordo entre Braskem e autoridades norte-americanas no âmbito da Operação Lava-Jato.

- CYRELLA REALTY subiu 0,67 por cento enquanto MRV devolveu os ganhos vistos mais cedo e recuou 1,69 por cento. Durante a tarde, o governo federal anunciou mudanças no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), com reajustes no perfil de renda dos beneficiários e aumento no valor máximo de imóveis enquadrados, mas deixando de fora o aumento esperado no limite do uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

- GOL, que não está no Ibovespa, caiu 2,7 por cento. Como pano de fundo estava a nota publicada no fim de semana pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, informando que o ex-vice-presidente do conselho de administração da empresa, Henrique Constantino, estaria negociando uma delação premiada.

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