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Bovespa abre em alta, mas sem forças para recuperação

A aceleração do IPCA em janeiro ante dezembro, de +0,79% para +0,86%, reforça o desconforto do mercado financeiro com a inflação no Brasil

Bovespa: às 10h05, o Ibovespa subia 0,18%, aos 59.057,99 pontos, na máxima após abertura (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2013 às 09h42.

São Paulo - Depois de encerrar o pregão desta quarta-feira (6) no menor nível do ano, já no patamar dos 58 mil pontos, a Bovespa ensaia uma recuperação dos negócios locais nesta quinta-feira.

Porém, o ambiente interno desfavorável, com intervenção do governo e inflação salgada, inibe esse movimento, amparado apenas pelo sinal positivo exibido pelos mercados internacionais. Às 10h05, o Ibovespa subia 0,18%, aos 59.057,99 pontos, na máxima após abertura.

A aceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em janeiro ante dezembro, de +0,79% para +0,86% no período, anunciada na manhã desta quinta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reforça o desconforto do mercado financeiro com a inflação no Brasil e mantém aceso o sinal de alerta diante de eventuais novas medidas do governo para conter a alta dos preços.

O resultado do IPCA superou a mediana das estimativas após levantamento feito pelo AE Projeções, de +0,83%, e trata-se da maior taxa desde abril de 2005.

Esse é apenas mais um fator capaz de elevar a crise de confiança que tem tirado as chances de a bolsa brasileira deslanchar. Nesta quarta (6), por exemplo, o Ibovespa caiu pelo terceiro dia consecutivo, atingindo o menor patamar do ano.

"Esse desempenho não é de se estranhar à medida que os investidores aumentam a preocupação com as atitudes do governo", comentam a equipe de analistas da Lerosa Investimentos.


"Esse acúmulo de más notícias afugenta o investidor estrangeiro", acrescentam, lembrando que a posição vendida dos "gringos" atualmente é maior do que no auge da crise europeia de 2012.

Dados da BM&FBovespa mostram que os não residentes ampliaram em quase 10 mil contratos o saldo líquido na aposta de queda do índice Bovespa futuro, entre os dias 5 e 6 de fevereiro, passando de 85.489 contratos em aberto para 94.770 contratos em aberto, no período.

Em valores, os investidores estrangeiros estão apostando R$ 5,584 bilhões na queda do Ibovespa, no mercado futuro, considerando-se a pontuação de fechamento do Ibovespa futuro nesta quarta (6). Já no mercado à vista, os "gringos" injetaram R$ 5,444 bilhões na Bolsa brasileira em 2013 até o último dia 4.

"Caso se consolide um alívio do exterior, as ações brasileiras tendem a recompor parte das perdas recentes", avalia o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, em comentário diário. Porém, ressaltam os analistas da Lerosa, "somente um choque de credibilidade por parte do governo pode reverter esse jogo."


Cenário externo

No horário acima, o futuro do S&P 500 subia 0,11%, antes da divulgação, às 11h30, dos números semanais dos pedidos de auxílio-desemprego feitos nos Estados Unidos e da produtividade da mão de obra no trimestre passado.

No fim do dia, às 18 horas, é a vez do crédito ao consumidor norte-americano em dezembro.

Na Europa, as principais bolsas aguardam a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), às 10h45, que será seguida de uma entrevista coletiva do presidente da autoridade monetária, Mario Draghi, às 11h30.

O leilão bem-sucedido de bônus da Espanha, que vendeu um pouco mais que o esperado, mas a um custo mais elevado, sustenta um viés positivo.

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São Paulo - Depois de encerrar o pregão desta quarta-feira (6) no menor nível do ano, já no patamar dos 58 mil pontos, a Bovespa ensaia uma recuperação dos negócios locais nesta quinta-feira.

Porém, o ambiente interno desfavorável, com intervenção do governo e inflação salgada, inibe esse movimento, amparado apenas pelo sinal positivo exibido pelos mercados internacionais. Às 10h05, o Ibovespa subia 0,18%, aos 59.057,99 pontos, na máxima após abertura.

A aceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em janeiro ante dezembro, de +0,79% para +0,86% no período, anunciada na manhã desta quinta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reforça o desconforto do mercado financeiro com a inflação no Brasil e mantém aceso o sinal de alerta diante de eventuais novas medidas do governo para conter a alta dos preços.

O resultado do IPCA superou a mediana das estimativas após levantamento feito pelo AE Projeções, de +0,83%, e trata-se da maior taxa desde abril de 2005.

Esse é apenas mais um fator capaz de elevar a crise de confiança que tem tirado as chances de a bolsa brasileira deslanchar. Nesta quarta (6), por exemplo, o Ibovespa caiu pelo terceiro dia consecutivo, atingindo o menor patamar do ano.

"Esse desempenho não é de se estranhar à medida que os investidores aumentam a preocupação com as atitudes do governo", comentam a equipe de analistas da Lerosa Investimentos.


"Esse acúmulo de más notícias afugenta o investidor estrangeiro", acrescentam, lembrando que a posição vendida dos "gringos" atualmente é maior do que no auge da crise europeia de 2012.

Dados da BM&FBovespa mostram que os não residentes ampliaram em quase 10 mil contratos o saldo líquido na aposta de queda do índice Bovespa futuro, entre os dias 5 e 6 de fevereiro, passando de 85.489 contratos em aberto para 94.770 contratos em aberto, no período.

Em valores, os investidores estrangeiros estão apostando R$ 5,584 bilhões na queda do Ibovespa, no mercado futuro, considerando-se a pontuação de fechamento do Ibovespa futuro nesta quarta (6). Já no mercado à vista, os "gringos" injetaram R$ 5,444 bilhões na Bolsa brasileira em 2013 até o último dia 4.

"Caso se consolide um alívio do exterior, as ações brasileiras tendem a recompor parte das perdas recentes", avalia o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, em comentário diário. Porém, ressaltam os analistas da Lerosa, "somente um choque de credibilidade por parte do governo pode reverter esse jogo."


Cenário externo

No horário acima, o futuro do S&P 500 subia 0,11%, antes da divulgação, às 11h30, dos números semanais dos pedidos de auxílio-desemprego feitos nos Estados Unidos e da produtividade da mão de obra no trimestre passado.

No fim do dia, às 18 horas, é a vez do crédito ao consumidor norte-americano em dezembro.

Na Europa, as principais bolsas aguardam a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), às 10h45, que será seguida de uma entrevista coletiva do presidente da autoridade monetária, Mario Draghi, às 11h30.

O leilão bem-sucedido de bônus da Espanha, que vendeu um pouco mais que o esperado, mas a um custo mais elevado, sustenta um viés positivo.

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