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Bônus da CSN cai após emissão e pode encarecer captação da Cosan

Desde emissão, retorno dos papéis é de 0,3%, enquanto média de cesta de ações corporativas brasileiras do JPMorgan está em 2,6%

Títulos da CSN estão em queda após aumento de 25% na captação em 16 de setembro (Bia Parreiras/EXAME)

Títulos da CSN estão em queda após aumento de 25% na captação em 16 de setembro (Bia Parreiras/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2010 às 09h44.

Nova York/São Paulo - Desde de que foram emitidos no mês passado, os bônus perpétuos da Cia. Siderúrgica Nacional SA registram rentabilidade inferior a papéis de outras empresas brasileiras. Para analistas, o que prejudicou o desempenho dos títulos da siderúrgica foi o rendimento oferecido no momento da emissão, menor do que o previsto por alguns investidores.

Os papéis da CSN, terceira maior fabricante brasileira de aço, registram retorno de 0,3 por cento desde a emissão em 16 de setembro. O retorno de uma cesta de títulos corporativos brasileiros que integram o índice CEMBI do JPMorgan Chase & Co. foi de 2,6 por cento. A CSN também perde com relação a papéis de siderúrgicas estrangeiras. Bônus emitidos pela ArcelorMitall, maior siderúrgica do mundo e com nota de crédito similar à da CSN, acumulam ganho de 2 por cento no mesmo período, de acordo com dados da Bloomberg.

Os títulos da CSN estão se desvalorizando após a empresa ter aumentado o tamanho da captação em 25 por cento para US$ 1 bilhão e oferecido taxa de 7 por cento, 75 pontos-base menos do que os investidores previam, de acordo com a Jefferies & Co. A queda dos papéis da CSN pode encarecer o custo das captações com bônus perpétuos que planejam a Cosan SA Indústria & Comércio e a General Shopping Brazil SA, de acordo com a RBS Securities Inc.

“Tudo depende de como eles querem que os papéis sejam negociados no mercado secundário”, disse Bevan Rosenbloom, analista da RBS em Stamford, Connecticut. “Se eles se importam com isso, vão ter de oferecer mais do que a CSN.”

Empresas brasileiras captaram um volume recorde de US$ 2,48 bilhões com bônus perpétuos este ano, influenciadas pelos juros em mínimas históricas nos Estados Unidos, Europa e Japão. Títulos perpétuos não têm data de vencimento e portanto oferecem rendimento maior do que dívida de prazo fixo, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Empresas de países emergentes venderam US$ 9,7 bilhões desses títulos este ano, mais que o dobro dos US$ 3,9 bilhões emitidos em 2009.


‘Agressivo’

A taxa dos papéis da CSN subiram 10 pontos-base, ou 0,10 ponto percentual, desde a emissão. Já os títulos corporativos brasileiros do índice CEMBI do JPMorgan registraram queda de 32 pontos na taxa.

“O rendimento foi agressivo e o tamanho foi agressivo”, disse Eric Ollom, estrategista-chefe de mercados emergentes da Jefferies em Nova York. “Não há espaço para ganho com 7 por cento.”

Flavia Ferreira, assessora de imprensa da CSN, não retornou um e-mail e um telefonema da Bloomberg News solicitando comentário para esta reportagem.

Cosan

Luz Padilla, gestora de carteira do DoubleLine Emerging Markets Fixed Income Fund em Los Angeles que comprou os bônus da CSN no mês passado, disse que existe especulação de que a Cosan pode pagar um rendimento de 8 por cento em sua emissão perpétua.

“O rendimento está longe de não me parecer atraente”, disse Padilla.

O rendimento do título perpétuo da Cosan de cupom 8,25 por cento era 8,13 por cento ontem, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

A Cosan, que contratou o Credit Suisse Group Inc., o JPMorgan Chase & Co. e o Morgan Stanley para coordenar a operação, pode captar US$ 300 milhões em títulos já esta semana, disse uma pessoa familiarizada com a operação que pediu para não ser identificada porque os termos não foram definidos.

Uma assessoria de imprensa externa que representa a Cosan não retornou um e-mail e um telefonema da Bloomberg News pedindo comentário para esta reportagem. 

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